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Full text of "A Igreja Adventista do Sétimo Dia e Seu Apoio ao Nazismo"

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Apoio da Igreja Adventista do 

Sétimo Dia a Hitler Durante a 

2 a Guerra Mundial 




"Em silenciosa adoração, agradecemos a Deus que, em 
Sua sábia providência deu o Fuehrer ao nosso povo." 

Quando Hitler chegou ao poder em 1933, ordenou um rearmamento em larga 
escala e passou a executar seus planos de conquista. A doutrina nazista exigia que 
a Alemanha mais uma vez se tornasse uma grande potência militar. Isto tornou 
evidente que a Segunda Guerra Mundial não estava muito distante. 

Após a Primeira Guerra Mundial, dizia-se que a a Igreja Adventista do Sétimo Dia 
não repetiria o erro cometido em 1914-1918. Contudo as evidências revelaram, 
para o nosso grande desapontamento, que ainda seguiam o mesmo modo de 
proceder. Finalmente, irrompe outra guerra mundial, e nossos irmãos adventistas 
tiveram nova oportunidade de provar que se colocavam ou a favor ou contra a lei 
de Deus. Se realmente lamentassem o que fizeram durante e após a Primeira 
Guerra Mundial, tiveram agora excelente oportunidade de se redimirem de sua 
passada falta. As declarações abaixo citadas, de seus próprios escritos, mostrarão 
como eles agiram. 



1. Na Alemanha 

"Estamos agora em meio a uma tempestade de acontecimentos que abalam o 
mundo.... 

"Nunca devemos esperar que nos países deste mundo sejam realizados os 
princípios do reino de Deus. Eles têm suas próprias legislações, segundo a vontade 
de Deus. Se não fosse assim, a Escritura Sagrada não poderia falar das mesmas 
como sendo ordenadas por Deus. Por isso é que nos sujeitamos, não só 
voluntariamente, mas de bom grado, a cada serviço exigido de nós. Quem neste 
(serviço) perder sua vida bem poderá gloriar-se com as seguintes palavras: 
'Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém sua vida pelos amigos'. 
(João 15:13). Lembremo-nos dos nossos varões combatentes, e particularmente 
dos irmãos que arriscam suas vidas pela pátria e pelos que ficaram em seu lar! 
Oremos também pelo Fuehrer e seus colaboradores." Der Adventbote [Periódico 
adventista publicado na Alemanha] 1/10/1939. 

"Enquanto nossos irmãos, pais e filhos, além das fronteiras se empenhavam na 
mais feroz batalha, afanando-se, de vitória em vitória, pela grandeza e futuro da 
pátria, sentimos a intervenção de Deus no mundo, nos acontecimentos 
testemunhados nestas poucas últimas semanas. Em silenciosa adoração, 
agradecemos a Deus que, em Sua sábia providência deu o Fuehrer ao nosso povo. 

"Ao mesmo tempo não podemos como também não queremos permanecer calados. 
Isso provamos no passado e agora estamos novamente provando, porque é uma 
santa decisão pôr em ação a vontade de Deus. O orgulho que como compatriotas 
alemães sentimos nas grandes vitórias de nossos soldados, é para nós um novo 
incentivo para imitá-los na frente de batalha da pátria e mais conscienciosamente 
empregar nossa força para a vitória." Was tun die Adventisten in der 
Wohlfahrtspflege? [Relatório do Serviço Social Adventista de 1939, na Alemanha]. 

"Jamais esqueceremos o momento em que nos foi anunciada a entrada em vigor do 
armistício com a França. ... 

"Recobramos a coragem, pusemo-nos a trabalhar e, como estávamos diante das 
necessidades, lutamos como nunca dantes. E Deus inverteu a balança do destino ao 
nosso favor.... A Alemanha crê nos sacrifícios que humanamente fizemos até os 
limites de nossa capacidade, e também crê num Deus que está abençoando nossa 
batalha humana. Este sentimento foi expresso em palavras alegres porém 
humildes, e se implantou em nossos corações ao ser cantado em santas melodias e 
à medida que ressoavam dos campanários. E permanecerá até a última etapa da 
batalha, que nos trará a vitória sobre o último adversário, e então teremos paz. 

"Quão gloriosa é a hora da vitória! Nós, que uma vez fomos ignominiosamente 
enganados acerca da vitória e da paz justa, provamo-la agora, com calmo e 
profundo júbilo, todavia sem qualquer arrogância.... Isto não é mera fraseologia 
hipocritamente piedosa; é uma declaração feita com o sentido da responsabilidade 
perante Deus. ... 

"Luta e sacrifício ainda serão necessários. Para quê? Ora, isto é suficientemente 
claro. Pensar na vitória significa pensar em tarefas ingentes. Um povo que não 
pôde ser intimidado por quaisquer inimigos armados ou ameaças, não se eximirá 
aos últimos esforços em direção ao alvo, nem a tarefas futuras, não importa quão 
grandes sejam. Fomos colocados neste mundo para lutar e trabalhar. ..." Der 
Adventbote [Periódico adventista publicado na Alemanha], 15 de julho de 1940. 



"Como soldados de vanguarda, deixamos nossos lares e nossos negócios e aqui 
estamos para defender a pátria nestes postos mais avançados." Der Adventbote 
[Periódico adventista publicado na Alemanha], 1 de junho de 1941. 

"Vivemos hoje em tempos momentosos e agitados, em que nosso destino jaz 
diante das mais graves decisões e pesadas tarefas. Estamos em meio a uma guerra 
terrível e total. Esta batalha está sendo sem dúvida travada direta e principalmente 
por nossos soldados no exterior, no front, mas como esta é a maior luta possível, a 
nação inteira nela toma parte. Todos os compatriotas alemães são no mesmo grau 
combatentes e por isso todos devem agir e lutar como soldados no pleno sentido da 
palavra. Devem ser bravos, cautelosos, abnegados, e demonstrar senso do dever, 
como se o resultado dependesse de cada um individualmente. Deste modo, a 
vitória está igualmente implantada no coração de cada um de nós. Qualquer que 
seja o posto em que estejamos, cumpre-nos provar, cada dia e cada hora, que 
somos guerreiros valentes, dignos de nossos heróicos irmãos do campo de batalha. 
Só um pensamento nos deve hoje dominar: Como posso ajudar a alcançar a 
vitória? Para este alvo devemos dirigir todas as nossas comissões e omissões, toda 
a nossa fala e nosso silêncio, todos os nossos desejos e exigências. Esta 
extensíssima guerra requer de todos os companheiros alemães os máximos e mais 
elevados esforços em todo um tempo de expectação, sofrimento, sacrifício e luta." 
Gegenwarts-Fragen [Periódico adventista publicado na Alemanha], 7 de novembro 
de 1941. -- A Mensagem de Deus ao Povo do Advento, Estudo 11: "Objeção de 
Consciência ou Combatência", págs. 39-41, publicado pela Editora Missionária A 
Verdade Presente. 



Apoio a Hitler: A Igreja 

Adventista em Péssima 

Companhia! 

"A doutrina da reforma da saúde levou os Adventistas do Sétimo dia da Alemanha a 
endossar o regime nazista no verão de 1933. Ele se regozijavam com o fato de que 
a nação estava agora nas mãos de um homem "que recebe esse ofício das mãos de 
Deus e reconhece ser responsável diante dEle. Como um abstêmio, não-fumante e 
vegetariano, Hitler é a pessoa que mais se aproxima do ideal da reforma de saúde." 
Essa opção adventista pela temperança e o viver saudável equilibrou a balança das 
opiniões, embora sua aversão à carne de porco pudesse provocar suspeitas." - 
Robert N. Proctor, um veterano historiador de Ciências da Universidade Estadual da 
Pennsylvania. - Traduzido de http://www.nytimes.com/books/ 

A notícia da participação do Pastor Elizaphan Ntakirutimana na morte de centenas 
de irmãos no episódio que ficou conhecido como "o Massacre de Rwanda" não foi a 
primeira grave acusação de envolvimento adventista em crimes contra a 
humanidade. Um artigo recentemente publicado pela revista Liberty confirma o 
apoio denominacional a Hitler. Mas deixe-me contar como foi que cheguei até esse 
artigo... 

1. Inicialmente me surpreendi com o final do parágrafo traduzido abaixo, onde se lê 
que os Adventistas do Sétimo Dia "estavam entre os mais ardorosos defensores do 
Nacional-Socialismo" de Hitler: 

"Mentiras sobre o Nacional-Socialismo Alemão 

"Uma overdose de maliciosa desonestidade é dirigida contra a Nova Ordem 
Europeia de Hitler. Por exemplo, existe um esforço permanente para manipular 
cristãos com a ideia de que Hitler teria sido o azougue do Cristianismo. Na verdade, 
Adolf Hitler recebeu apoio explícito de clérigos cristãos, católicos e luteranos. Entre 
as pequenas seitas, os Adventistas do Sétimo Dia e as Novas Igrejas Apostólicas 
estavam entre os mais ardorosos defensores do Nacional-Socialismo, desde muito 
antes que Hitler chegasse ao poder." - Traduzido de http : //www. natva n .com/free- 
speech/fs96 12a .html . 

2. Em seguida, em outra homepage, que descreve toda a História do 
comprometimento da liderança da Igreja Adventista com os governantes deste 
mundo, sejam eles de direita, centro ou esquerda, descobri que os que se uniram 
aos "reformistas", que desde a primeira grande guerra foram contrários à 
participação de adventistas em combates, tiveram muitas razões para se desligar 
da Igreja que apoiava Hitler! 

"Entretanto, a posição oficial de que os soldados adventistas serviriam apenas 
como não-combatentes foi mais uma vez desconsiderada na Alemanha Nazista, 
onde um posicionamento prematuro e impensado da liderança adventista levou a 
maioria dos recrutas a optar imediata e voluntariamente pelas armas embora 
existisse o consenso de que poderiam escolher entre guerrear ou prestar serviços 
de socorro médico. Os adventistas alemães abandonaram suas características para 
expressar seu apoio incondicional ao regime, elogiando Hitler e seu Nacional- 
Socialismo com entusiasmo e até delatando os irmãos pacifistas às autoridades 
para que não fossem confundidos com eles. Desse modo, foram eliminadas as 



tensões com o regime e sobreviveram intocados a despeito das muitas 
similaridades entre suas crenças e práticas com o Judaísmo.- - Texto traduzido de 

http://shemesri.scriolar.emorv.edu 

3. Mas a história toda, inclusive do presidente da Associação Alemã Oriental que 
obrigou os irmãos a saudarem a bandeira da suástica para não prejudicar a imagem 
da Iasd, é contada pela revista Liberty: 

"No povoado adventista de Friedensau, o Estado parlamentar Nazista obteve 
99,9% dos votos. Quando alguns adventistas se recusaram a saudar a bandeira 
suástica e usar a saudação de Hitler, o presidente da Associação Alemã Oriental, 
W. Mueller, argumentou que essa atitude não faria bem à imagem da igreja. Ele 
concluiu que 'sob nenhuma circunstância o adventista tem o direito de resistir ao 
governo, ainda que o governo o obrigue a contrariar sua fé.' A resistência seria 
inconveniente porque rotularia os adventistas como oponentes do novo Estado, 
uma situação que se deveria evitar." - Texto traduzido de 
http://www.libertymaqazine.org/html/lnqerman.html . 

Convém ler todo o artigo, que pode ser encontrado no endereço acima. E é bom 
saber que a revista Liberty é editada pela Divisão Norte-Americana da Igreja 
Adventista do Sétimo Dia. Não se trata, portanto, de uma acusação de terceiros. É 
uma confissão! Pena que não tenha sido seguida de arrependimento verdadeiro, 
uma vez que não temos notícia de que a Associação Geral tenha pedido perdão aos 
judeus, aos irmãos reformistas (cuja recusa em guerrear vinha desde a primeira 
guerra) e a toda a humanidade pela infeliz escolha feita pelo Presidente da 
Associação Alemã Oriental. 

Resta ainda uma reflexão final. Quando surgir o Anticristo, último grande ditador 
que este mundo conhecerá, de que lado ficaremos? De que lado ficará a liderança 
da Igreja Adventista? 

Robson Ramos 



IASD: 100% a Favor de Hitler! 



ESTRATAGEMA 

Com uma luz tão gloriosa derramada em seu caminho, o Movimento da Reforma, 
que permaneceu firme aos antigos princípios estabelecidos, abriu caminho não 
apenas na Europa mas também em outras regiões. Como aumentou em membresia 
e influência, a liderança da grande Igreja Adventista do Sétimo Dia reuniu-se em 
Gland, Suíça, em 2 de janeiro de 1923, para debater sobre o problema da guerra e 
também para encontrar alguns meios para impedir o rápido crescimento do 
Movimento da Reforma. Como não encontraram meios de corrigir o problema que 
levou o surgimento do Movimento da Reforma, os líderes adventistas valeram-se de 
um estratagema. Em uma aparente confissão, condescenderam em dizer: "Na paz e 
na guerra, rejeitamos participar em atos de violência e derramamento de sangue." 

A EXPRESSÃO DE FALSA LIBERDADE 

Se tivessem deixado o assunto neste ponto, como uma declaração positiva, teria 
havido esperança de resolver o cisma na organização. Porém a atitude anterior 
persistia sob outra formulação: "Mas concedemos a cada um dos membros absoluta 
liberdade para servir ao seu país, em todos os momentos e em todos os lugares, 
segundo os ditames da consciência de cada um." - Gland, Suíça, 2 de janeiro 
de 1923 (ênfase nossa). 

Isto, na nossa opinião, é o mesmo que dizer, não acreditamos na guerra, mas faça 
o que a sua consciência lhe disser! Novamente, são introduzidos os enganos 
traiçoeiros de uma liberdade de consciência que viola o dever e a obediência à lei 
de Deus. Esse estratagema trouxe ainda mais confusão, além de qualquer 
imaginação. Além disso, foi, para dizer o mínimo, uma admissão de que eles 
erraram quando enviaram os nossos irmãos para a guerra em 1914. Mas agora, em 
vez de confessarem este terrível engano àqueles que sofreram as consequências 
até mesmo ao ponto de serem excluídos da igreja, concordaram em um conselho 
particular sobre este nova posição enganosa. Esta declaração levou todas as 
marcas de uma falsa confissão provocada por causa dos resultados da apostasia 
deles. Os reformistas foram então forçados a rejeitar esta nova posição desde que 
ela não restaurava a posição fiel e legítima deles nem trazia o padrão bíblico. 

NENHUMA MUDANÇA REALIZADA 

Além de tudo isto, a nova posição não se realizou por meio de nenhum governo ou 
declaração como uma emenda às declarações anteriores, como é evidentemente 
revelada em uma resposta recebida em inquérito. Citamos o breve excerto a seguir 
de uma carta datada de 30 de dezembro de 1927, do Ministério das Forças 
Armadas em Berlim, Alemanha, endereçada ao Quartel-General da Escandinávia do 
Movimento da Reforma em Copenhaque, Dinamarca: 

"Incluídos nos arquivos do Ministério das Forças Armadas está o manuscrito de 6 de 
agosto (não 4) de 1914, assinado por H. F. Schuberth. ... "Mudanças ou emendas 
ao manuscrito de 6 de agosto de 1914, não foram aceitas." (ênfase nossa). Ser- 
Ihe-á mais claro o que isto significa depois. 



Os jovens adventistas foram ainda convocados como soldados na ativa prontos para 
o combate; e o documento Gland que informava que rejeitavam "participar em atos 
de violência e derramamento de sangue", realmente não foi digno de crédito. Os 
nossos temores a este respeito foram justificadas como mostraremos a seguir. 

PROVA NO. 2: DESENVOLVIMENTOS 

Enquanto os países europeus estavam ainda resolvendo o encontro sangrento de 
1914-1918, e ainda estavam sendo pressionados pelas indenizações exigidas pelo 
Tratado de Versalhes às vítimas, um político estava surgindo e levando vantagem 
da situação humilhante com o objetivo de atrair as nações para um outro conflito 
fatal. O "Furher", Adolfo Hitler, sob falsa pretensão e com um zelo nacional fanático, 
criou uma fantástica máquina militar com poder extraordinariamente fatal. Suas 
primeiras manobras arrojadas obtiveram sucesso reunindo a nação alemã ao seu 
redor em uma unidade satânica e cada vez mais as nações aliadas amargaram um 
cerco terrível. Neste entusiasmo selvagem, a religião foi esquecida e foi substituída 
pela idolatria nacionalista. "Heil Hitler!" tornou-se a saudação comum (De fato, 
"Salvação em Hitler"). 

PROSCRIÇÃO E ESQUECIMENTO 

Este Movimento da Reforma foi logo colocado em risco. Nossa posição positiva 
contra a violência e o derramento de sangue, além da observância do dia de 
descanso idêntico ao dia de descanso dos judeus, que foram adversários declarados 
de Hitler, naturalmente sofreu provações e perseguições. Não demorou muito até 
que os fatos começassem a ocorrer. O Movimento da Reforma foi declarado como 
inimigo do Estado e publicamente proscrito pelo edito de 28 de fevereiro de 1933, 
No. 1; e em 29 de abril de 1936, foi oficialmente proscrito e toda propriedade 
confiscada. Voltaremos ao assunto depois. 

100% A FAVOR DE HITLER 




Estudantes do ministério adventista 



O Adventobe (O Mensageiro Adventista), órgão 
oficial da Igreja Adventista Alemã, de 1 de 
janeiro de 1937, mostrava os estudantes do 
ministério Adventista em Friedensau alinhados 
em uniformes nazistas em frente ao seminário 
enquanto oficiais do governo os inspecionavam. 
Foi declarado: "Friedensau pertence àquelas 
comunidades que têm votado 100 % favorável 
ao Fuhrer." Um ex-presidente da Conferência 
Geral (o pastor C.H.Watson - 1931) até mesmo 



em fila com uniforme nazista em res P° ndeu uma pergunta ao dizer: "Podemos 
frente do seminário Friedensau para louvar a Deus P or temos ° governo atual. Hitler 
serem passados em revista 16 de recebeu o seu poder de Deus." 
outubro de 1936. 

Temos toda uma série de 
declarações das publicações oficiais dos Adventistas do 
Sétimo Dia que revelam que os líderes da Igreja Adventista 
elogiaram Hitler como uma dádiva dos céus. Embora estes 
líderes estivessem um tanto sob pressão no princípio, uma 
enfermeira adventista (Hulda Jost), que conhecia Hitler 
pessoalmente, intercedeu por eles. 

Como consequência, as igrejas permaneceram abertas em 
uma base de acordo; mas isto foi raramente mantido. A 




C.H.Watson 



Igreja Adventista uniu-se pela Segunda vez com "os reis da terra"em total 
apostasia, lutando e morrendo a favor de Hitler e seus guerreiros. 

Declarações em documentos adventistas, tais como esta a seguir, demonstram a 
triste tendência: "Estamos agora no meio de um tumulto de eventos de mudanças 
de amplidão mundial. Uma grande época deve encontrar um grande homem ... 
Portanto, não somente nos submetemos de boa vontade mas também com muito 
prazer realizaremos cada trabalho requerido. Para aqueles que perderam suas vidas 
nesta realização podemos citar as palavras de Jesus: 'Ninguém tem maior amor do 
que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.' (João 15: 13). Lembremo-nos de 
todos os homens que lutam e especialmente nossos irmãos, que estão preparados 
para arriscar as suas próprias vidas pela terra natal e por aqueles que são deixados 
para trás. Vamos também orar a favor do Fuher e seus associados." - Adventobe, 1 
de outubro de 1939. 

O Espírito de Profecia previu que a liderança manifestaria os sentimentos acima: 

"Há uma perspectiva diante de nós de um conflito continuado, risco de 
encarceramento, perda de propriedade, e até mesmo da própria vida, para 
defender a lei de Deus, que é anulada pelas leis dos homens. Nesta situação de 
política mundial exige-se uma condescendência exterior com as leis da terra, a 
favor da causa da paz e da harmonia, e há alguns que até mesmo citam o conselho 
da Escritura: 'Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há 
autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele 
estabelecidas.'" - Testimonies, vol. 5,p.712. 

Isto foi o que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto a irmã White 
previra o que aconteceria depois: "um pouco tempo de paz": 

"Uma vez mais os habitantes da terra foram apresentados diante de mim; e 
novamente tudo estava na mais extrema confusão. Lutas, guerra, e matança, com 
fome e pestilência, assolação em toda parte." - Testimonies, Vol. 1, p. 268. 

A ESCOLHA DO POVO DE DEUS 

Lembremos a clara declaração em Testimonies, Vol. 9, p. 17, que declara: 

"Provas e provações assustadoras aguardam o povo de Deus. O espírito da guerra 
está agitando as nações de uma parte a outra da terra. Contudo no meio da hora 
da tribulação que vem - um tempo de tribulação como nunca houve desde que há 
nação - o povo escolhido de Deu suportará a prova." (ênfase nossa). 

O fato que permanece é este: nas duas provas e tribulações rigorosas a nominal 
Igreja Adventista do Sétimo Dia falhou completamente. Apostataram. Contudo, 
desde que foi dito: " O povo escolhido de Deus suportará a prova," é óbvio que 
haveria um remanescente que "SUPORTARÁ A PROVA". São chamados "O povo 
escolhido de Deus", indicando que Deus os tem escolhido, o Remanescente 
escolhidos da grande apostasia, para serem seu povo. A esta escolha o profeta 
Oséias apontou ao dizer: "... tratarei com amor aquela que chamei Não amada. 
Direi àquele chamado Não-meu-povo: Você é meu povo; e ele dirá: Tu és o meu 
Deus " Oséias 2:23. 

PERMANECERÃO IRREMOVÍVEIS 



Voltemos agora mais uma vez para o grupo minoritário de membros fiéis, proscritos 
e esquecidos pelo decreto nacional. Qual o preço que pagaram? Entraram para a 
história manchados pelo sangue dos mártires que enfrentaram a prisão, tortura e 
até mesmo a morte, em vez de desonrarem o seu Deus e a sua santa lei. Sim, 
muitos foram lançados em prisão e um grande número selaram suas convicções 
com o seu próprio sangue. Escreva-nos para receber o livro And Follow Their Faifh! 
(E Seguiram a Sua Fé!) descrevendo suas experiências. Provaram-se "fiéis até a 
morte", e há uma coroa da vitória esperando por eles. Louvemos ao Senhor por 
estes firmes defensores da verdade neste Movimento da Reforma. Na 
verdade, foram verdadeiros na sua fé. Estes são exemplos dignos para seguirmos 
no último teste da lei dominical, que surge agora diante do povo de Deus. Provar- 
nos-emos fiéis, querido estudante? Que Deus nos conceda esta bênção! 

A CORREÇÃO DE UMA FALSA EXPECTATIVA 

Um enorme problema permanece sem resposta. Você pode perguntar: "Você 
intenciona abalar a nossa confiança nos irmãos líderes do adventismo com estas 
lições? 

Você pode relembrar que na Lição 4 enumeramos muitos apelos a favor de uma 
reforma. Portanto uma reforma era obviamente adequada. Mas ela começaria com 
a liderança, a qual estamos propensos a observar? Ouça o conselho divino: 

"O Senhor frequentemente opera onde menos pensamos; Ele nos surpreende pela 
revelação do Seu poder por meio de instrumentos de sua própria escolha, enquanto 
Ele passa pelos homens a quem temos considerado como aqueles por meio de 
quem a luz viria. Deus anela que recebamos a verdade através dos seus próprios 
méritos. - porque ela é a verdade ... 

"Aqueles que não têm o hábito de pesquisarem as Escrituras por si mesmos, ou de 
verificarem as evidências, têm confiado na liderança dos homens, e aceitam as 
decisões promulgadas por eles; e assim muitos rejeitarão as verdadeiras 
mensagens enviadas por Deus ao seu povo, se esta liderança não as aceitarem. " - 
Testimonies to Ministers, pp. 106, 107. 

Isto está em perfeita harmonia com a forte expressão anterior usada por Jeremias 
em Jer. 17:5: "Assim diz o SENHOR: Maldito é o homem que confia nos homens, 
que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do 
SENHOR." 

"Aqueles aos quais é pregada a mensagem da verdade, raras vezes perguntam se 
ela é verdadeira, mas sim: 'Por quem é ela defendida?' Multidões a avaliam pelo 
número dos que a aceitam; e faz-se ainda a pergunta: 'Creu qualquer dos homens 
eruditos ou dos guias religiosos?' Os homens não são hoje em dia mais favoráveis à 
verdadeira piedade , do que nos dias de Cristo." - O Desejado de Todas as Nações, 
pág. 459. 

Não, não desejamos enfraquecer a sua confiança na verdadeira liderança. Foi o 
grande Presidente Abraão Lincoln que disse: "Não sou um homem obrigado a 
vencer, mas sou obrigado a ser verdadeiro. Não sou obrigado a ser bem sucedido, 
mas sou obrigado a viver de acordo com a luz que possuo. Devo permanecer com 
alguém que é correto, e permanecer com ele enquanto estiver correto, e separar 
dele quando se desviar." Possa estas palavras serem também a filosofia de nossa 
vida. 

CONSEQUÊNCIAS DA LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA 



"Respeitamos a Lei de Deus contida no decálogo como explicada nos ensinos de 
Cristo e exemplificada pela sua vida. Por esta razão observamos o dia de descanso 
do sétimo dia (Sábado) como tempo sagrado; nos abstemos do trabalho secular 
neste dia, mas empenhamo-nos alegremente em obras de necessidade e piedade a 
favor da assistência aos que sofrem e a elevação moral da humanidade; na paz e 
na guerra rejeitamos participar em atos de violência. Concedemos a cada membro 
de nossa igreja absoluta liberdade para servir ao seu país, todas as vezes e em 
todos os lugares, segundo os ditames da consciência de cada um." - Gland, Suíça, 2 
de janeiro de 1923. 




Membro da Comissão Executiva da 
Igreja Adventista do Sétimo 
Dia, Yuguslávia 1925 



ROMÉNIA 1924 

"O serviço militar e a participação na guerra não 
estão fazendo uma aliança com o mundo, nem 
defendendo a Babilónia. A participação na guerra é 
simplesmente um dever; com respeito à guerra os 
nossos jovens também cumprirão o dever deles no 
dia de descanso." - Prophecy, por P.P.Paulini, p.39. 

YUGUSLÁVIA 1925 

"O ensino da Escritura que diz: 'Dê a César o que é 
de César e a Deus o que é de Deus' corresponde 
aos adventistas em todo sentido. Atendem 
conscienciosamente ao tempo do serviço militar 
que é requerido deles, com armas nas mãos, na 
paz assim como na guerra; e um número 
significante de adventistas foram provados na 
Guerra Mundial por meio de sua coragem, e muitos 
trazem no peito uma medalha do mais alto 
reconhecimento em razão da sua bravura." - 
Adventizam, p.53. 

RÚSSIA 1924 e 1928 



"Estamos convencidos que Deus por meio da sua 
providência, guiou o coração de nosso inesquecível WJ.Lenin, e deu-lhe e também 
aos seus companehiros sabedoria para trazer as únicas e oportunas declarações 
para o mundo hoje. Por esta razão os Adventistas do Sétimo Dia querem ser os 
melhores cidadãos na crença na República Socialista Federal. A doutrina dos 
Adventistas do Sétimo Dia permite aos seus membros a liberdade de consciência 
com respeito ao dever militar, e não tenta ditar-lhes como eles devem agir , 
considerando que cada pessoa deve ser responsável por si mesmo com respeito ao 
problema militar, de acordo com a sua própria consciência." - Presidente 
HJ.Loebsack, Comité da Conferência. 



"O sexto congresso dos Adventistas do Sétimo Dia, em 1928, declara e decide que 
os Adventistas do Sétimo Dia são obrigados a dar a César o que é de César e a 
Deus o que é de Deus, a saber, servir o estado pelo exército em todas as formas de 
serviço, de acordo com a lei estabelecida para todos os cidadãos." - Resolução 
tomada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia da Rússia, Moscou, 19 de maio de 
1928. 




da Polícia para a Política), que lemos como segue: 



AQUI ESTÃO ALGUNS 
EXCERTOS DO LIVRO: 

Página 18: "Nosso irmão 
ancião em Cristo, Otto Welp, 
que na Primeira Guerra 
Mundial sofreu quatro anos de 
perseguição pela sua fé, foi 
um dos primeiros líderes a dar 
um claro testemunho que não 
poderia participar na política, 
no serviço militar de forma 
direta ou indireta, devido ao 
ensino de Cristo vedando isto 
e os crentes foram instruídos 
a permanecerem afastados. 
Por toda parte, especialmente 
os irmãos dirigentes do 
Movimento da Reforma 
deram o mesmo testemunho 
tanto por meio da palavra 
quanto da escrita. 

Consequentemente, já em 29 
de abril de 1936, o Movimento 
da Reforma do Sétimo Dia foi 
proscrito. Reproduzimos a 
carta do Ancião ( do Comando 



Página 27: "Em 1941, Guenter Pietz, que já mencionamos anteriormente, foi 
levado para o Campo de Auschiwitz devido à sua recusa de trabalhar no dia de 
descanso. Após seis semanas foi solto por um breve tempo. Seus pais, irmãos e 
irmãs não o reconheceram; todos gritaram quando viram o jovem magro. Por quase 
um ano pode alegrar-se na liberdade, contudo foi alistado para o serviço de mão- 
de-obra, onde permaneceu durante três semanas. Durante este tempo, visitou os 
crentes, fortalecendo-se, e regozijava-se com eles na verdade. Então recebeu a 
convocação para o serviço militar e foi levado para Halle, onde encontrou o irmão 
Pacha, seu bom amigo e companheiro cristão. Ambos começaram a combater e 
recusar o serviço militar. No comando de Himmler, os dois foram fuzilados no 
mesmo dia por causa da resistência fiel deles. Ambos foram bons amigos na vida e 
na morte, e ambos permaneceram firmes na confissão de fé." 

Página 53: "Os campos de concentração foram um mundo sem Deus - ainda mais, 
um mundo contrário a Deus. Nenhum tipo de atividade religiosa por parte dos 
residentes foi permitida; todo artigo religioso foi proibido; até mesmo toda oração 
murmurada foi proibida. Nem mesmo aos que agonizavam foi concedido este alívio. 
Todos os assuntos religiosos eram zombados e escarnecidos. 

"Com respeito aos internos, a SS (Schutzstaffel) não sentia nenhuma restrição a 
nenhum dos mandamentos de Deus, nem mesmo o código natural de ética que 
Deus pôs no coração de todo ser humano, até mesmo nos corações dos pagãos." -- 
Estudo da Reforma, Curso por Correspondência, Lição 14, "Uma Falsa Confissão". 
Tradução: Benedito Tenório. 



Fonte: http://ims.truepath.com/reform/reflesl4.html 



Os Adventistas na Alemanha 
Nazista (Tradução) 

A Igreja Silenciosa, os Direitos humanos e a Ética Social Adventista 

Zdravko Plantak 

St. Marti ns's Press, Inc., New York, N.Y., 1998. [Texto extraído das págs. 17-21] 



Os Adventistas na Alemanha 

Os Adventistas alemães parecem ter sido incoerentes com sua proclamação de 
liberdade religiosa por ocasião da I Guerra Mundial, entre as duas guerras, e 
durante a II Guerra Mundial. Na Alemanha imperial, a maioria dos Adventistas 
adotaram um nacionalismo extremado e a colaboração militar ativa. Um autor 
Adventista argumentava em dezembro de 1915 que 'a Bíblia ensina, primeiro, que 
participar da guerra não se opõe ao sexto mandamento; e segundo, que combater 
no sábado não transgride o quarto mandamento.' Entretanto, depois da guerra, em 
uma reunião da Divisão Europeia em Gland, Suíça, em 2 de janeiro de 1923, os 
dirigentes da igreja na Alemanha reconheceram o equívoco de sua política, e 
confessaram sua lealdade à comunidade Adventista mundial. 

Esta declaração, no entanto, foi enfraquecida por um pronunciamento adicional que 
reconhecia que cada membro possuía 'absoluta liberdade para servir a seu país, em 
todo momento e em todo lugar, de acordo com os ditames de sua convicção e 
consciência pessoal.' Essa declaração permitiu aos adventistas alemães repetir o 
engano da I Guerra mundial durante o regime de Hitler sob o Terceiro Reich. 

Como observou corretamente Erwin Sicher em 'As Publicações Adventistas do 
Sétimo Dia e a Tentação Nazista,' os Adventistas falharam em numerosas maneiras 
em relação ao regime nazista. Já em 1928, antes de que Hitler chegasse ao poder, 
os adventistas estavam pedindo um Fúhrer forte. Artigo após artigo tratava desse 
ideal do Fúhrer em escritos alemães e em publicações Adventistas. 

Mais tarde, os escritores Adventistas deram as boas-vindas, em suas publicações e 
também com seu voto, ao aparente renascimento da Alemanha. No povoado 
adventista de Friedensau, 99,9% tinham votado pelo estado parlamentar nazista. 
Quando alguns adventistas recusaram-se a saudar a bandeira com a suástica e 
fazer a saudação hitleriana, o Presidente da Associação da Alemanha Oriental, W. 
Mueller, argumentou que isso era mau para a imagem da igreja. Terminou dizendo 
que 'sob nenhuma circunstância têm os adventistas direito a resistir ao governo, 
ainda que o governo os impeça de exercer sua fé. A resistência poderia ser 
inoportuna porque marcaria os Adventistas como opositores ao novo estado, uma 
situação que se deveria evitar. 

Outro proeminente escritor adventista e editor de várias publicações religiosas 
Adventistas, Kurt Sinz, via o forte comando de Hitler no começo do regime 
nacional-socialista como designado por Deus. Otto Bronzio foi um passo mais à 
frente, pois disse no periódico oficial adventista, Der Adventbote, que 'a Revolução 
Nacional Socialista era a maior de todos os tempos, porque fazia da preservação de 



uma herança pura a base de sua vida étnica.' Alguns sugerem que o que ele quis 
dizer possivelmente foi tirado de uma citação destacada dee Hitler - sobre a 
questão do sangue - que aparecia na mesma página. 

Esta ideia de uma 'herança pura,' instigada por Hitler e proclamada através da 
nação alemã, também afligia os adventistas alemães. Embora o racismo explícito 
raramente aparecesse em publicações adventistas, os adventistas imprimiam com 
frequência comentários negativos com relação aos judeus, apoiavam tacitamente a 
esterilização dos mentalmente incapazes, e muitos foram apanhados pelo 
estimulado orgulho do nacionalismo alemão. 

A mesma doutrina da superioridade da Alemanha sobre outras nações foi 
transferida à educação Adventista na Alemanha, onde se estimulava os estudantes 
a aprender a ter vontade e a pensar em Alemão. Ter vontade em alemão era um 
conceito místico nazista; porque, no pensamento do Partido, os alemães 'tinham 
vontade' de diferente maneira que quaisquer outros cidadãos. O educador W. 
Eberhardt insistia, além disso, que as escolas Adventistas alimentavam 'o Espírito 
Nacional Socialista' entre períodos de classes, quando revisavam as notícias, 
estudavam os ideais nazistas, e cantavam canções nacionais alemãs. 

Com uma crescente pressão para uma maior colaboração, muitos adventistas de 
todos os grupos de idades ingressaram em organizações nazistas, como a 
Juventude Hitleriana, a BDM (Associação de Moças Alemãs), o Serviço Trabalhista, e 
a Cruz Vermelha alemã. Todos estes clubes estavam desenhados para fins de 
doutrinação nazista, e embora os Adventistas soubessem que um percentual 
significativo dos participantes no Serviço Trabalhista eram membros da SA, SS, e 
Stanhelm, os grupos mais fanáticos que doutrinavam e militarizavam aos jovens, 
aprovavam a participação nos clubes. 

Johannes Langholf apoiava fortemente ao Serviço Trabalhista. Ele escreveu no Aller 
Diener, "Esperamos que cada membro obedeça o mandamento divino, 'orar e 
trabalhar'. Seria absolutamente contrário à nossa compreensão se nos 
recusássemos a participar do Serviço Trabalhista." Patt sugeria que a razão 
principal para que os Adventistas ingressassem na Frente Trabalhista Nazista era o 
desemprego e as dificuldades económicas, e que "a maioria dos operários 
adventistas sucumbia à pressão e se convertiam em membros do serviço 
trabalhista para salvar a suas famílias." Entretanto, ingressar em uma organização 
partidária não era obrigatório, e alguns ingressavam no Partido também. 

Na Alemanha, os adventistas apoiaram a política externa nazista e, finalmente, a 
guerra. A possível falta de acesso a informação confiável e, como resultado, um 
conceito erróneo da verdadeira situação, levou-lhes a acreditar que o Fuhrer era 
"um homem de paz". Quando a Áustria foi incorporada ao Reich, os adventistas 
alemães "compartilharam a felicidade da volta dos austríacos de volta à mãe 
pátria". Acreditavam que com a ajuda de Deus e "através da assistência divina ao 
nosso capaz Fuhrer, Adolf Hitler se tornou o libertador da Áustria." Mesmo depois 
da liquidação da Checoslováquia em 16 de março de 1939, os Adventistas ainda 
não fizeram objeção. E até para esse ato de crueldade e opressão, encontraram 
alguma justificação. 

Então veio o ataque contra Polónia, que toda a Europa reconheceu como um ato de 
agressão. Entretanto, em um editorial, Sinz pôde escrever que, em vista das 
"desumanas torturas que nossos camaradas do povo sofreram entre este povo 
estrangeiro," o ataque alemão foi provavelmente justificado. Os Adventistas 
continuaram apoiando ao Hitler, e celebraram seu qiiinquagésiimo aniversário 11 
dias depois de que a guerra tinha avançado para o Oeste com a invasão da 



Dinamarca e Noruega pela Alemanha em 9 de abril de 1940. O periódico Adventista 
Morning Watch Calendar, embora impresso quatro meses antes, dizia: 

"A confiança em seu povo deu ao Fiihrer a força necessária para levar adiante a 
luta pela liberdade e a honra na Alemanha. A inabalável fé de Adolf Hitler lhe 
permitiu fazer grandes proezas, que lhe adornam hoje diante de todo mundo. 
Desinteressada e fielmente, lutou por seu povo; valorosa e orgulhosamente, 
defendeu a honra de sua nação. Com humildade cristã, em momentos importantes 
quando podia celebrar com seu povo, deu honra a Deus no céu e reconheceu sua 
dependência das bênçãos de Deus. Esta humildade o tem feito grande, e esta 
grandeza foi a fonte de sua bênção, da qual sempre deu para seu povo. Só uns 
poucos estadistas brilham tanto ao sol de uma vida abençoada, e são tão elogiados 
por seu próprio povo como o Fuhrer. Ele sacrificou muito nos anos de seus 
esforços, e pensou pouco em si mesmo durante a difícil obra em favor de seu povo. 
Comparamos as inumeráveis palavras que ele disse ao povo como vindas de um 
coração cálido, como sementes que amadureceram e agora produzem frutos 
maravilhosos". 

É irónico que, embora os adventistas insistam sobre a liberdade religiosa, não 
levantaram suas vozes contra a perseguição de incontáveis judeus. Em vez disso, 
até excluíram de suas igrejas os que tinham antecedentes judeus. No período em 
que os adventistas alemães publicavam a revista sobre liberdade religiosa Kirche 
und Staat (um observador de fora notou que seu propósito principal era a oposição 
às leis dominicais), guardaram silêncio a respeito das purgações (eliminações) de 
1933 quando centenas foram assassinadas, e não disseram nada contra a 
perseguição dos judeus ou a respeito dos territórios ocupados. 

Embora alguns adventistas individuais aparentemente resistiram à tentação nazista, 
Sicher mostrou, a partir de publicações contemporâneas, que 'não parece ter 
existido nenhuma oposição oficial ativa ao desumano regime nazista, e nem sequer 
parece ter existido entre os próprios adventistas.' O comentário do Sicher é uma 
apresentação desafortunada, mas honesta do Adventismo alemão na primeira 
metade do século vinte. 

Fonte: http://www.libertymagazine.org/html/lngerman.html em 06/03/2001. 

Em espanhol: 

http://www.geocities.com/alfil2 1999/ASDs en Alemania Nazi.html . 



O Que Aconteceu com os 
Adventistas que Disseram NÃO 

a Hitler - 1 



Para nossa vergonha como adventistas do sétimo-dia, apenas 

os irmãos do Movimento da Reforma estão historicamente 

autorizados a contar o que aconteceu aos heróis da fé 

durante a 2 a Guerra Mundial. Veja: 



Perseguição sob o regime totalitário 

Sob o governo nazista na Alemanha, a liberdade religiosa foi pouco a pouco 
suprimida. O Movimento de Reforma logo seria proibido. Nossos irmãos, 
principalmente os obreiros, seriam declarados fora da lei. As propriedades seriam 
confiscadas pelo Estado. Por isso, enquanto ainda havia oportunidade, em 1935, as 
propriedades da União Alemã foram vendidas. A casa da missão em Isernhagen, 
perto de Hannover, e a gráfica, que havia sido nosso principal centro missionário, 
tiveram de ser entregues a estranhos por baixo preço. 

Equipamentos, móveis, arquivos e livros foram transferidos para uma casa alugada 
na vizinhança do antigo local da igreja. Ali os irmãos conseguiram trabalhar por 
apenas breve espaço de tempo. Vindo o esperado decreto da proibição, a polícia 
confiscou tudo o que encontrou na casa e lacrou as portas. Entretanto, recursos 
financeiros, documentos e literatura da União já haviam sido postos em segurança. 

Por meio de uma ordem de 29 de abril de 1936, nossa igreja foi proibida de 
funcionar na Alemanha: 

"Em base do decreto de 28/2/1933, parágrafo primeiro, assinado pelo presidente 
da República, para a proteção do povo e do Estado (Jornal da Lei Federal 1, pág. 
83), a seita chamada 'Adventistas do Sétimo Dia Movimento de Reforma' está 
dissolvida e é proibida em todo o Território Federal. Suas propriedades deverão ser 
confiscadas. Qualquer infração deste decreto será punida de acordo com o 
parágrafo quarto do decreto de 28/2/1933. 

[210] 

"Razões: 

"Sob o disfarce de promoverem atividades religiosas, os 'Adventistas do Sétimo Dia 
Movimento de Reforma' desejam alcançar objetivos que conflitam com a ideologia 
do Socialismo Nacional [nazismo]. Os seguidores dessa seita recusam-se a prestar 
serviço militar e a fazer a continência alemã. Declaram publicamente que não têm 
pátria, porque são de mentalidade internacional, e consideram todos os seres 
humanos irmãos. Visto que a atitude da seita tende a causar confusão, sua 



dissolução é necessária para proteção do povo e do Estado. Assinado por R. 
Heydrich." 

Em 12 de maio de 1936, nossa União Alemã foi declarada "dissolvida" pela polícia 
secreta (Gestapo). 

Depois de conselho mútuo, os líderes dos ASD Movimento de Reforma resolveram 
entregar uma petição escrita às autoridades solicitando audiência. No segundo 
encontro, no gabinete de Heydrich, nossos três irmãos ouviram que toda a questão 
dependia de nós. Perguntaram a respeito da nossa posição com referência ao 
serviço militar e à saudação alemã. Nossos irmãos responderam: 

— Precisamos recusar saudação que envolva confissão política. 
E quanto a matar, disseram: 

— Seguimos as palavras de Cristo em Mateus 5:44: "Eu, porém, vos digo: Amai a 
vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e 
orai pelos que vos maltratam e vos perseguem." 

Heydrich replicou: 

— Então vos recusais por todos os meios a prestar serviço militar. 
Nossos irmãos responderam: 

— Atemo-nos à Palavra de Deus e devemos rejeitar as exigências que se chocam 
contra ela. 

Nossos irmãos renovaram a petição e tiveram resposta em 12 de agosto de 1936: 

"A exposição contida em vosso escrito de 27 de julho de 1936 não me dá razão 
para suspender a proibição da seita 'Adventista do Sétimo Dia Movimento de 
Reforma'. Assinado R. Heydrich." 

Sob o regime de Hitler todas as nossas atividades religiosas foram proibidas. 
Nossos jovens foram submetidos a severas provas quando chamados a portar 
armas, pois não havia previsão para proteger objetores de consciência. Os pais 
tinham de enfrentar problemas relacionados ao Sábado com os filhos em idade 
escolar. [211] Era provação sobre provação. Por dez anos, até o fim da Segunda 
Guerra Mundial, nossos irmãos trabalharam clandestinamente. Durante esse terrível 
tempo de angústia, muitos de nossos irmãos tiveram de enfrentar prisão e até 
morte. 

A provação veio também sobre a Igreja ASD, porém eles encontraram solução fácil 
que nosso povo não pôde endossar. ... 

Nesse ponto, a luz por nós recebida através Espírito de Profecia diz: 

"Nossos irmãos não podem esperar a aprovação de Deus enquanto põem seus 
filhos onde lhes seja impossível obedecer ao quarto mandamento. Devem esforçar- 
se para fazer com as autoridades arranjos pelos quais as crianças sejam 
dispensadas das aulas no sétimo dia. Falhando isso, é evidente o seu dever — 
obedecer aos mandamentos de Deus, custe o que custar." —Historical Sketches of 



the Foreign Missions of the SDA (Esboços Históricos das Missões Estrangeiras dos 
Adventistas do Sétimo Dia), pág. 216. 

Quando a opressão religiosa na Alemanha alcançou o clímax, Deus interveio em 
favor de Seu povo. Após quase dez anos de proscrição e perseguição, nossos 
irmãos alemães ficaram gratos a Deus pelo fim da oposição em 1945 e pelo fato de 
poderem de novo respirar livremente e reunir-se em paz. Suas primeiras reuniões 
distritais, após a Segunda Guerra Mundial, foram realizadas em Solingen (14-15 de 
setembro de 1945) e em Esslingen (26-28 de outubro de 1945). 

No periódico Der Adventruf (O Chamado do Advento) de dezembro de 1946, 
primeira edição, relataram: 

[213] 

"Durante a guerra as experiências dos irmãos, de acordo com os seus testemunhos, 
mostram que o Senhor guiou Seu povo de maneira maravilhosa através de tempos 
trabalhosos. Tribulação, encarceramento e perseguição aproximaram os irmãos 
ainda mais uns dos outros. Louvamos nosso Senhor e Salvador por esse grande 
auxílio. ... 

"Dez anos de opressão e perseguição ficaram para trás. O Senhor não consentiu em 
que Seu povo fosse aniquilado. ... Muitos irmãos perderam a vida por causa de sua 
fé: irmãos Hanselmann, Schmidt, Zrenner, Brugger, Blasi e muitos outros dos quais 
não fomos informados. Sabemos apenas que permaneceram fiéis até a morte. 
Muitos, irmãos e irmãs, jovens e velhos, tiveram de sofrer em campos de 
concentração, prisões e penitenciárias, onde padeceram torturas em mãos de 
carrascos." 

Que terrível dia será aquele em que os homens forem chamados a prestar contas 
do sangue inocente que derramaram! -- Copiado do livro A História dos Adventistas 
do Sétimo Dia — Movimento de Reforma, págs. 209-213. 

Narraremos a seguir algumas experiências individuais que mostram quanto nossos 
irmãos reformistas tiveram de sofrer, especialmente durante a Segunda Guerra 
Mundial: 

Irmã "fraca na fé" delata missionários disfarçados 

Gheorghe Panaitescu 

O irmão Panaitescu trabalhava na Alemanha quando Hitler subiu ao poder em 1933. 
Contou-nos o que aconteceu a ele e a outros, de 1933 a 1939, quando eclodiu a 
Segunda Guerra Mundial. 

Sendo obreiro bíblico, era seu dever visitar nossas igrejas, grupos e membros 
isolados, com o presidente do Campo Setentrional, irmão Joseph Adamczak. 
Oficialmente não podiam ser missionários. Por isso viajavam como representantes 
de uma casa de sementes, vendendo também mudas de árvores frutíferas, 
hortaliças, flores, etc. Não conseguiram, porém, trabalhar por muito tempo dessa 
forma, pois foram delatados. Tiveram problemas sérios com as autoridades quando 
estas descobriram que o real propósito das viagens deles era fazer trabalho 
missionário em favor da igreja proscrita. 



Embora nossos cultos fossem proibidos, os irmãos, de duas ou três famílias, 
reuniam-se aos Sábados em casas particulares. Certo Sábado tiveram 
excepcionalmente uma reunião maior. Quase 35 membros se congregaram na casa 
do irmão Adamczak, em Hannover, para celebrar a Ceia do Senhor e receber na 
comunhão um irmão recém-batizado. Tiveram naquele dia uma experiência que nos 
lembra a de Paulo, muitas vezes em perigo entre falsos irmãos. 

Foram delatados por uma irmã "fraca" na fé. Em resultado, todos os [214] que se 
encontravam na reunião — dois ministros, o tesoureiro da União, vários obreiros, 
colportores e leigos — foram intimados a comparecer em juízo, em 9 de janeiro de 
1937. Todos foram julgados e condenados à prisão: os ministros e o tesoureiro da 
União por um ano, os obreiros bíblicos e os colportores por seis meses, e leigos, 
inclusive a irmã Panaitescu, por dois meses. 

Nessa época o irmão Panaitescu fugiu para a Suíça e, dali, emigrou com a família 
para a Argentina, onde passou a desfrutar liberdade religiosa. 

"O pior ainda está para vir" 

Johann Georg Hanselmann 

O irmão Hanselmann foi um de nossos líderes fiéis. Como delegado pela Alemanha, 
compareceu a todas as nossas assembleias da Conferência Geral realizadas antes 
de ser preso e morrer. 

O Movimento de Reforma na Alemanha foi declarado ilegal em abril de 1936. Sendo 
assim, só havia uma possibilidade de nossos irmãos estarem em harmonia com a 
vontade de Deus: trabalhar clandestinamente e suportar as consequências. Por agir 
assim, o irmão Hanselmann, líder do nosso Campo Alemão Oriental, foi preso em 
setembro de 1936. 

Em 27 de janeiro de 1937, a polícia secreta do Estado expediu o seguinte 
comunicado a respeito do irmão Hanselmann: 

"Em relação às medidas de proibição tomadas contra líderes, ministros e 
colportores da Igreja Adventista do Sétimo Dia Movimento de Reforma, o atual líder 
da Alemanha Oriental, Johannes Hanselmann, ... foi ... detido para investigação. 



Logo depois, foi expedido mandado de prisão em 23 de março de 1937, sob as 
seguintes acusações: 

"Ele (Johann Hanselmann) dirigiu o carro através da Saxônia, Brandenburg, 
Pomerânia, Silésia e Prússia Oriental. Visitou os seguidores dessa seita, realizou 
estudos bíblicos, celebrou a Ceia do Senhor de acordo com o rito dessa seita 
proibida e recebeu dinheiro que havia sido arrecadado. 

"O acusado diz também que, por princípio religioso, evita discussões seculares, e 
em todas as ocasiões dá livre testemunho da Palavra de Deus, conforme escrito na 
Bíblia." 

Por esses "crimes" foi julgado e ficou preso até 2 de outubro de 1937. 

Logo depois, foi preso novamente, julgado em Halle/Saale, acusado e sentenciado a 
dois anos de prisão, pelas seguintes "razões": [215] 



"O acusado foi anteriormente ministro da seita dos 'Adventistas do Sétimo Dia 
Movimento de Reforma', proibida em todo o país em 29 de abril de 1936 por 
decreto do principal assessor da polícia secreta. 

A referida seita, com sede em Isernhagen, separou-se da Igreja Adventista do 
Sétimo Dia, a grande, em 1914, porque os adventistas, contrariamente a seus 
princípios de fé, permitiram a seus seguidores prestar serviço militar. Os 
reformistas entendiam que os adventistas não tinham autoridade para dar essa 
permissão aos membros. 

O contraste entre adventistas e reformistas aumentou depois da revolução 
nacional. Enquanto os seguidores da Igreja Adventista do Sétimo Dia se 
resguardavam, sem exceção, em sujeição ao governo nacional-socialista, faziam a 
saudação germânica, matriculavam os filhos em organizações nazistas e prestavam 
serviço militar, os adeptos do Movimento de Reforma mantiveram os antigos 
princípios de fé. Sob o disfarce de movimento religioso, pretendem alcançar 
objetivos contrários à cosmovisão do socialismo nacional. Recusam-se, portanto, a 
servir no exército, não adotam a saudação germânica, não apoiam as organizações 
nazistas, tais como NSV, RLB e WHM. São internacionalmente assim orientados, 
pois não reconhecem pátria e consideram todos os seres humanos irmãos. 

"Os reformistas adotam o ponto de vista de que só podem obedecer à lei enquanto 
não contradisser a Bíblia, porque para eles importa mais obedecer a Deus que aos 
homens." 

Findos os dois anos, o ir. Hanselmann foi novamente levado ao tribunal. Na noite 
anterior à última audiência, não conseguiu dormir. Estava aterrorizado. Perto do 
amanhecer, já muito exausto, finalmente adormeceu e sonhou que precisava 
atravessar escuridão espessa que lhe causou grande temor. Então ouviu uma voz 
que dizia: "Não temas, Johann, Eu estou contigo." Depois, despertou. Todo o temor 
desaparecera e sentiu-se encorajado a morrer pela fé. 

O relógio de bolso e alguns pertences foram enviados para a esposa. 

Numa carta a ela, escreveu resumidamente: "O pior ainda está para vir. Estou 
sendo levado para o campo de concentração de Sachsenhausen." 

Em maio de 1942, a irmã Hanselmann recebeu o informe oficial de que o marido 
havia adoecido. Contraíra disenteria e morrera no campo de concentração. Um 
colega da prisão, relatou posteriormente que, por haver-se recusado a trabalhar no 
Sábado, o pastor Hanselmann, com as mãos amarradas para trás, foi levantado e 
sufocado até a morte. 

[216] 

Declaração de renúncia de sua "fé louca" 

Gottlieb Metzner 

O irmão Metzner foi testemunha atuante em favor da mensagem de reforma. 
Conduziu várias almas a Cristo. Entre elas, o irmão Gustav Psyrembel, amado e 
corajoso batalhador da fé, um dos primeiros mártires do Movimento de Reforma. 

Outra alma preciosa trazida por ele para a verdade foi a irmã Kiefer, cujo marido, 
terrivelmente irado, invadiu a casa do irmão Metzner com um machado, para mata- 



lo. A irmã Kiefer foi detida num Sábado. Foi lançada na prisão, e maltratada. 
Contudo, nada foi capaz de impedi-la de aceitar a verdade. Depois de libertada, 
selou a fé com o batismo. Em resultado disso, o nosso irmão tornou a sofrer: Em 
1944 foi levado para o campo de concentração de Esterwegen, perto de Osnabriick. 
Como tivesse família grande, e também por outros fatores que foram levados em 
consideração, as autoridades o libertaram depois de seis meses. 

Durante a ausência dele, os quatro filhos em idade escolar eram obrigados pela 
polícia a frequentar a escola. A casa era investigada, e a família constantemente 
multada, o que acabou onerando pesadamente a escassa renda de sua pequena 
fazenda. 

Esses métodos não desanimaram o casal, embora nosso irmão fosse muitas vezes 
intimado a comparecera interrogatório judicial. 

Em 1939 os filhos foram tirados com violência do lar e levados para outro lugar, a 
fim de receberem escolaridade. O irmão Metzner foi preso pela última vez em 19 de 
outubro de 1944. Na polícia secreta de Breslau, apresentaram-lhe uma declaração 
de renúncia de sua "fé louca". Garantiram-lhe que, assim que a assinasse, os 
quatro filhos receberiam permissão imediata para voltarem para casa. 

Um policial ali presente relatou depois que o acusado havia declarado que havia 
muitos anos cria na Palavra de Deus, e agora via tudo cumprir-se. Percebia também 
o completo colapso do totalitarismo e não podia nem devia renegar a fé, nem negar 
a Deus. Esse foi o último testemunho que ouvimos do irmão Metzner. Como 
verdadeira testemunha de Cristo, permaneceu fiel até a morte na prisão. O único 
filho homem do casal também foi preso, e nunca mais voltou. 

Apenas o coração de mãe seria capaz de suportar tragédia semelhante. Somente 
em 1945, quando o sistema ditatorial culpado de tamanhas crueldades veio abaixo, 
a Sra. Metzner pôde ter de novo em sua companhia as três filhas, através da 
maravilhosa direção de Deus. (Resumido e adaptado do livro And Follow Their Faith 
(Imitai-lhes a Fé), págs. 7 e 8). 

[217] 

Traído por um ministro adventista diante do tribunal 

Gustav Psyrembel 

O irmão Metzner serviu como instrumento para que um jovem de Karlsmark, 
distrito de Brieg, conhecesse o Movimento de Reforma. 

Estava surgindo o poder totalitário estatal na Alemanha e os militares exigiam que 
os cidadãos tomassem posição definida em defesa da pátria. Como resultado, o 
jovem Gustav Psyrembel, foi convocado. 

Fazia pouco tempo que se havia casado, quando chegou a intimação para o 
alistamento. Psyrembel recusou-se a cumprir o dever militar por crer no Evangelho 
da paz anunciado por Cristo. 

Declarou em termos breves e claros que se negava a participar de treinamentos de 
guerra por ser atitude incompatível com o espírito pregado no Sermão da 
Montanha. Tinha plena certeza de que todos quantos cressem no Evangelho 



deveriam estar unidos numa comunidade internacional, e que era sua tarefa 
"buscar e salvar o que se havia perdido." 

Portanto, ao lado dos companheiros de fé, não podia, conscientemente, concordar 
com a participação na guerra sanguinolenta entre nações, nem com outras coisas 
referentes a ela. 

Foi preso, e depois de infrutíferos esforços para mudar seu modo de pensar, foi 
levado perante a corte marcial em Berlim. Disseram-lhe que devia prestar contas 
de suas ações, não diante de um concílio de igrejas, mas da corte militar. Tentaram 
persuadi-lo de que todo homem deve obedecer o governo. 

Psyrembel corajosamente testificou que o reino de Deus não é deste mundo e, 
portanto, os seguidores de Cristo não podem lutar por reinos da Terra. Então 
apresentaram-lhe uma carta longa, escrita por um ministro adventista do sétimo 
dia, que recomendava a defesa da pátria como dever cristão. O jovem, de pé, 
perante o tribunal superior de guerra, traído por ministros da Igreja Adventista que 
o acusavam de ter pontos de vista erróneos, declarou firmemente que não podia 
servir a dois senhores. 

Segundo suas convicções, somente a cristandade apostatada podia estar com a 
Bíblia numa das mãos e a espada na outra. Toda igreja que agisse dessa maneira 
não tinha a eficácia da piedade, mas apenas a aparência. 

Psyrembel foi condenado à morte. Numa carta cheia de pormenores à esposa, 
expressou pesar ao saber que um ministro adventista, em carta dirigida ao tribunal, 
o havia traído e apresentado sob falsa luz sua posição. Nem essa traição o 
desanimou. Numa cela solitária, esperou o dia da execução da sentença. 

Só Deus sabe que sentimentos passaram na alma desse soldado da cruz durante 
aqueles dias tenebrosos. Sua última carta mostra que o Espírito do Senhor [218] 
havia posto seus pensamentos acima de toda privação, sofrimento e necessidade. 
Seus olhos estavam dirigidos para cima, para além deste mundo em conflito com 
Deus. Ele possuía a certeza serena de que "todos os que lançarem mão da espada, 
à espada morrerão", o que se cumpriu literalmente na História em 1945, cinco anos 
depois de sua morte. 

As cidades onde ele foi prisioneiro por causa da fé, onde a corte militar o 
sentenciou à morte e seu sangue foi derramado, foram destruídas por um 
bombardeio. E nós, mais uma vez nos lembramos de que "tudo o que o homem 
semear, isso também ceifará." (Condensado do livro And Follow Their Faith, págs. 
9, 10, 13 e 14). 

Cada dia que surge pode ser o último para mim... 

Eis as últimas cartas do irmão Psyrembel à sua esposa: 

Berlim, NW 40, 12 de março de 1940 

Querida ... 

A paz do Senhor esteja contigo. 

Aproveito esta oportunidade para escrever algumas linhas, porque cada dia que 
surge pode ser o último para mim. ... Portanto, não devemos ceder na hora da 



decisão. Este é o caminho certo, a verdade. Esta obra é de Deus, e Ele não 
permitirá que pereça. É lamentável que muitos irmãos [na tríplice mensagem] se 
desviem do caminho certo, abandonem o Líder e Sua bandeira, separem-se dEle, 
comecem a duvidar de Seu divino amor e orientação, e O entristeçam. 

Algum dia eles se arrependerão amargamente e reconhecerão seu erro, mas talvez 
seja tarde para sempre e não haja auxílio nem salvação. Não compreendem que 
estão traindo os que se apegam firmemente a Deus, tornando a batalha 
indizivelmente mais pesada. Quando um caso semelhante ao meu chega ao tribunal 
de guerra, [os oficiais] dizem: 

"Os outros [adventistas] estão plenamente convencidos de que estão cumprindo o 
dever sem violar a consciência e sem violar os mandamentos de Deus. Por que você 
não faz o mesmo?" 

É muito difícil em tal caso defender a verdade, explicar nossa posição para as 
autoridades e dizer que não podemos agir de outro modo. Fui repreendido outra 
vez por causa de minha "resistência ao ensino" e minha "obstinação". Esses 
[crentes transigentes], especialmente os ministros, têm conseguido enganar o 
povo. 

Por meio de falsas representações da verdade, eles nos descrevem como 
criminosos e iludidos. Não contentes em evitar conflito e fugir das dificuldades, 
procuram também justificar suas ações erradas mediante declarações e exemplos 
irrelevantes das Escrituras. 

Percebi isso na longa carta de sete páginas, recebida de um ministro [219] que usou 
argumentos supostamente confirmados pelos Testemunhos. 

Porém, nada disso nos deve abalar. A verdade continua sendo verdade, e o que é 
correto continua sendo correto. O futuro há de revelar de que lado está a verdade. 



Na esperança de ainda nos encontrarmos, encerro esta carta. Que o Senhor esteja 
com você. Receba as cordialíssimas saudações e os beijos de seu extremoso 
marido. 

Transmita as melhores saudações a todos os que sempre pensam em mim. Seu 
Gustav. 

Querida, amanhã serei executado... 

Berlim, NW 40, 29 de março de 1940 

Querida ... 

Saudações com 2 Coríntios 4:16-18. 

Acabei de saber que amanhã, dia 30, às 5:00 h da manhã, serei executado. Mais 
uma vez tive oportunidade de fortalecer-me com a Palavra do Senhor nesta última 
jornada. Trouxeram um Novo Testamento para eu ler. (Mas recebi comida escassa). 
As porções de pão que nos dão aqui são minguadas, e, em geral, tudo é muito mais 
estrito do que em Plótzensee. 



Tenho, porém, suportado tudo com alegria e paciência, pois conheço Aquele por 
quem faço todas essas coisas e sei que não sou o primeiro nem o único a ser 
contemplado com esse quinhão. 

Diz o Senhor: "Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos Céus." 
"Levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção se aproxima." Essas 
promessas preciosas são o que nos mantêm empenhados nesta batalha renhida, 
porém maravilhosa. O Senhor prometeu Sua proteção e poder, e está pronto a 
concedê-los a Seus filhos quando necessitarem. Tenho experimentado isso em 
todos esses anos de luta. 

O Senhor seja louvado e exaltado! É Ele que me tem mantido sadio de corpo e 
alma e tem-me dado Sua alegria e Seu amor em grande medida. Ele não me 
deixará nesta hora extrema. Não devemos entristecer-nos, mas alegrar-nos ao 
considerar o privilégio de sofrer e morrer por Sua causa. 

"Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida." Ele prometeu e, com fé neste 
poder e salvação, partirei desta vida na esperança, meus queridos, de que nos 
veremos outra vez em Seu reino, para estarmos eternamente com Aquele que nos 
amou até a morte. 

Ali viveremos na paz e felicidade imperturbáveis e inseparáveis pelas quais tanto 
ansiamos na Terra. Seremos como os que sonham e dificilmente compreenderemos 
a felicidade que será o galardão de criaturas pecadoras e indignas como nós, que 
merecem castigo e morte. Que precioso privilégio é saber e crer em tudo isso. 

Quanto a você, querida esposa, não permita jamais que esse precioso tesouro 
[220] lhe seja tirado das mãos. Confie no Senhor em todas as circunstâncias da 
vida. Ele estará ao seu lado e nunca a deixará. Supere a dor e complete a carreira. 
Console-se e tenha bom ânimo. 

Eu não desistiria desta fé nem por todo o mundo. Aquele que ama a Cristo jamais 
poderá deixá-Lo. O Senhor concederá êxito a todos os Seus filhos que se 
empenham em guardar os Mandamentos. 

Será também consolo para você saber que não serei sepultado vivo. 

Espero que o Senhor a sustenha. Que Ele a abençoe e guarde. Que sobre você Ele 
ponha Sua proteção e graça, e lhe conceda a paz! Este é meu último desejo e 
oração. Amém! 

Uma vez mais, e pela última vez, saudações sinceras de seu querido marido. 
Cordiais saudações à mãe e a todos os diletos irmãos e irmãs na fé, bem como a 
todos os parentes tanto do meu lado quanto do seu. Gustav Psyrembel. —And 
Follow Their Faith, págs. 10-13. -- Copiado do livro A História dos Adventistas do 
Sétimo Dia — Movimento de Reforma, págs. 213-220. 

Condenado à morte por recusar-se a lutar na guerra 

Anton Brugger 

Informação obtida de Esther, noiva de Anton Brugger: 

Batizado em Wórthersee (perto de Klagenfurt, Áustria), em 1922, Anton foi 
membro ativo e animado da Igreja da Reforma. Quando eclodiu a guerra em 1939, 



conseguiu fugir para a Itália. Esther o encontrou certo Sábado numa reunião da 
Igreja Adventista de Trieste. Brugger apresentou a Esther a verdade pregada pelo 
Movimento de Reforma, a qual ela transmitiu a outros. Com a ajuda de Deus, foram 
estabelecidos grupos reformistas em Trieste e Milão. 

A Itália ainda não havia entrado na guerra. O irmão Brugger foi a Génova, e tentou 
embarcar num navio para os Estados Unidos. Mas não foi isso que aconteceu. 
Durante curta escala em Milão, onde o irmão Múller estava instruindo um grupo na 
mensagem de reforma, Anton foi preso pela polícia e, depois de ser mantido sob 
custódia por um mês, voltou para a Áustria, então sob domínio alemão. 

Na Áustria, com sinistro pressentimento, por vários meses foi padeiro. Um dia o 
receio se tornou realidade: Foi convocado. Tendo-se recusado a prestar serviço 
militar, foi levado ao tribunal em Salzburg, onde foi condenado a passar dois anos 
num campo de concentração. 

Cumprida a pena, foi novamente recrutado. Recusando-se novamente, e dando 
claro testemunho da verdade presente, foi levado à corte marcial em Berlim, onde 
foi condenado à morte como objetor de consciência. (Adaptado do livro And Follow 
Their Faith, págs. 40 e 41). 

Querida mãe, hoje é meu último dia... 

Transcrevemos a seguir duas cartas de Anton Brugger, escritas na prisão de 
Brandenburg-Górt, em 3 de fevereiro de 1943: 

[221] 

Minha querida e estimada mãe: 

Peço-lhe que, ao receber estas linhas de meu adeus, não fique abatida, mas que 
seja forte e tenha bom ânimo. Recebi sua última carta amável, a qual me trouxe 
grande conforto. Seus esforços bem-intencionados em favor de liberdade 
condicional provavelmente serão inúteis. Ainda que obtivesse resultado, seria tarde 
demais, porque hoje é meu último dia. Sim, a situação realmente se tornou séria. 
Às 6h00 horas desta tarde minha sentença será executada. 

Ah!, querida mãe, meu coração sofre muito pela senhora, que ainda terá de passar 
esse terrível pesar. Embora eu deseje poupar-lhe tudo isso, não posso agir de outro 
modo. Tenho de obedecer a consciência. 

Desejaria muito fazer feliz seu coração maternal, fiel, nos dias da sua velhice, 
embelezar e tranquilizar a sua vida. Mas já que este foi o decreto, não nos 
entristeçamos. Recebamos pacientemente das mãos de Deus esse fardo. Como 
sempre passando necessidade, não nos foi concedido permanecer juntos por muito 
tempo nesta vida. 

Por isso, querida mãe, conforte-se na bem-aventurada esperança de que algum dia 
estaremos juntos para sempre com o Senhor. Essa certeza e esperança é meu 
maior conforto e força nesta hora de severa provação. Sei que meu misericordioso 
e benevolente Senhor e Salvador Jesus Cristo, o fiel Deus que me redimiu e que 
tem estado conosco até agora, também me concederá força e poder para a 
derradeira e dolorosa caminhada. 



Peço-lhe encarecidamente: não se desespere. Confie no Senhor. Ele será seu 
conforto e auxílio. Não a abandonará. Faça tudo quanto puder para servi-Lo, a fim 
de que possamos ver-nos outra vez. 

Peço-lhe que faça esforços especiais para lançar fora o ressentimento contra quem 
quer que a tenha ofendido. Refiro-me especificamente aos parentes de Saalfelden. 
Perdoe-lhes de todo o coração e esqueça todo o mal que fizeram. Lembre-se do que 
disse o Salvador. 

Se não lhes perdoar as ofensas, não será perdoada. Deus nos trata como nós 
tratamos os semelhantes. 

Peça a Deus que sempre lhe conceda força para vencer, e não desfaleça na luta 
contra o pecado. Então o Senhor lhe dará vitória. 

Tenha sempre em mente que tudo está em jogo, mesmo a vida eterna, a qual só 
podemos obter se vencermos a nós mesmos e seguirmos o Salvador em Sua 
mansidão e humildade. Minha última súplica ao Senhor: que a senhora seja salva 
para o presente e para a eternidade. 

Espero que tenha recebido também minhas cartas anteriores. 

Tenho mais um pedido: Quero ser sepultado no cemitério municipal de Salzburg. 
Quando eu estiver lá, a senhora poderá visitar [222] de vez em quando o meu 
jazigo. Para isso, precisará enviar uma petição ao departamento da polícia distrital 
de Brandenburg-Havel, para que enviem para Salzburg a urna de seu filho que 
morreu em 3 de fevereiro de 1943, na prisão de Brandenburg. Então a urna será 
enviada ao departamento da polícia de Salzburg com o débito das despesas, que 
serão pequenas. Só depois disso será permitido o funeral. 

Vá aos queridos Bliebergers e deixe que tomem informações na polícia de Salzburg. 
Façam todos os preparativos e realizem o último serviço de amor por mim. Que o 
Senhor abençoe grandemente a eles e a seus filhos! 

Saúdo também a todos os queridos de toda parte. Que o Senhor os abençoe e 
guarde! Com o profundo amor de filho, saúdo-a na esperança de vê-la outra vez e a 
todos os nossos queridos na presença do Senhor. Beija-a o seu Anton. — And 
Follow Their Faith, págs. 48 e 49. 

Prefiro o castigo da morte, marcada para hoje... 

Minha amada Esther, estimado tesouro: 

Lamentavelmente não foi possível ver-nos novamente. Ah, como desejei mais uma 
vez contemplar o seu lindo rosto e dirigir-lhe algumas palavras. Guardo sempre 
comigo sua bela fotografia. 

Na contracapa da minha Bíblia o seu retrato está diante de mim. 

Agora tome a Bíblia como lembrança minha. Espero tenha recebido minha última 
carta. Quando for ter com minha mãe, ela entregará estas cartas a você. 

Nunca nos passou pela mente que nosso encontro em Niederroden seria o último. 
Eu sempre tive pressentimento de que grave e severa provação estava reservada 
para mim. Se não lhe disse nada, foi para não amedrontá-la. O que eu há muito 



receava e esperava acontecer tornou-se agora realidade. Ah!, quão alegremente eu 
desejaria viver para trabalhar e beneficiar os outros. Como seria bom trabalhar com 
você na prática do bem. Não poderia haver para mim felicidade mais completa do 
que essa. 

Angustio-me só em pensar na tristeza de minha querida e boa mãe. Peço-lhe 
encarecidamente que cuide dela e a conforte. Ah!, eu sei que a você, igualmente, 
querida Esther, golpearei severamente. 

Não desfaleça, porém. Antes, console-se no Senhor. Devemos receber com 
paciência das mãos dEle esse triste fim. Ele sabe o motivo por que nos permitiu 
sobreviesse tudo isso. Não há outro caminho a escolher. Não é possível, de acordo 
com a minha fé, tomar parte na guerra. Eu poderia ficar livre se apenas me 
submetesse a obedecer sem reservas a todas as ordens do governo, mas isso não 
posso [223] fazer sem conflito com a consciência. 

Prefiro, portanto, sofrer o castigo da morte, marcada para hoje, 3 de fevereiro de 
1943, às 6 horas da tarde. Embora seja penoso, o Senhor terá misericórdia de mim 
e me ajudará até o fim. Já que o desejo de nosso coração de estar unidos na Terra 
tornou-se agora impossível por essa realidade triste, devemos confortar-nos com a 
preciosa esperança de rever-nos no Senhor. 

Confio na graça e na misericórdia do Salvador, que Ele me aceitará e graciosamente 
perdoará os meus pecados. Seja também fiel ao Senhor Jesus. Ame-0 e sirva-0 
com todas as forças. Não se assombre, antes, conforte-se. Depois da vinda do 
Senhor ninguém poderá mais nos separar, nem a dor poderá nos acometer. 

Saudações de minha parte a todos os queridos. Meu coração tem estado sempre 
com eles. Transmita especialmente recordações minhas a seus queridos pais e 
dileto irmão. ... 

Eu ficaria contente em ser sepultado na terra, mas todos os executados aqui 
passam pelo crematório. Já solicitei à minha mãe que peça permissão para sepultar 
a urna com minhas cinzas em Salzburg, pois esse é o melhor lugar. Espero não ter 
vivido em vão. 

Agora, querida, amada minha, que o Senhor abençoe a você e aos seus queridos, e 
a proteja e ajude misericordiosamente para que possamos ver-nos outra vez para 
sempre ao lado dEle em Seu glorioso reino de paz. Amo você com ternura até o 
fim. Adeus, querida, Auf Wiedersehen! O seu Anton. — And Follow Their Faith, 
págs. 49-51. 

Encontrou um ministro adventista, soldado de Hitler 

Arnold Seelbach 

Certo dia em 1938, o irmão Seelbach, recém-liberto da prisão, caminhava 
meditando para a estação do trem. Fazendo uma revisão de tudo quanto havia 
passado, parecia-lhe sonho estar de novo em liberdade. 

Quantas vezes fora no campo de concentração posto junto à parede para ser 
fuzilado! Diariamente a vida estava em perigo. 

Uma vez quiseram enterrá-lo vivo, contou ele. Além disso, não fazia muito, havia 
sido trancado numa cela gelada, tão escura que não podia ver as mãos diante dos 



olhos. Sobreviveu pela graça de Deus, apenas com uma porção de pão seco e água. 
Quão grande a alegria quando, no nono dia, o ferrolho foi corrido e a porta aberta. 
O acontecimento, porém, não durou muito. 

Ao sair da cela horrível, que sentimento apoderou-se dele ao ver 300 prisioneiros 
alinhados e 350 homens da SS, Schutzstafel, guarda de elite dos nazistas, 
armados, junto ao portão! O comandante, de pé no meio do pátio, chamou-o pelo 
nome. Puseram-no sobre a mesa de tortura. Amarraram-no fortemente de pés e 
mãos, e a ordem do comandante teve de ser cumprida. [224] 

Dois homens da SS, brandindo chicotes de açoitar cavalo, golpearam-no 15 vezes 
nas nádegas e nas costas até deixá-lo quase sem vida. Enquanto se contorcia de 
indescritível dor, eles o lançaram novamente na cela horrível. Sozinho, sem apoio 
humano, permaneceu ali sobre o pavimento frio de pedra. Nenhuma palavra de 
conforto lhe foi dita. Os homens da SS lhe entregaram uma corda com o lembrete 
de que jamais sairia vivo daquela masmorra. Permaneceu na cela escura por 21 
dias. 

O sofrimento parecia haver acabado. Assim pensava. Estava livre de novo. À 
distância, contemplava a estação ferroviária. Seria sonho? Beliscava a mão e o 
rosto para se certificar de que não estava dormindo. Não, não era sonho. Era 
realidade. Às 2 horas da madrugada chegou a casa. Reunião de família! Que 
alegria! 

Triste é dizer, a alegria não durou. O laço de família mais uma vez foi quebrado. No 
dia 2 de novembro de 1938, o irmão Seelbach teve de apresentar-se novamente 
para cumprir exigência governamental contrária à sua convicção. Havia apenas uma 
coisa a fazer: permanecer leal a Deus, custasse o que custasse. 

Em 24 de outubro ele deu adeus a tudo quanto lhe era mais querido. 

Ah! quão difícil foi, conforme conta, especialmente quando apertou a mão trémula 
do pai e da mãe pela última vez. Viu seus lábios se moverem e, embora não tenha 
ouvido nenhum som, compreendeu o que desejavam dizer. Uma vez mais acenou à 
distância para o lar. Quando o veria de novo? pensou. 

Obscuro e incerto era o futuro. Após longa jornada, chegou à fronteira de 
Luxemburgo. À frente estava o rio Sauer. Às llh30m da noite pôs os pés na água 
gelada. As rochas eram muito escorregadias. 

A corrente era tão forte que sentiu não seria capaz de suster-se. A bagagem que 
levava ficou encharcada, mas ele sentiu-se feliz em poder alcançar a outra 
margem. Em seguida, agradeceu ao Pai celestial, que o havia ajudado a cruzar a 
fronteira para Luxemburgo. 

No dia seguinte passou, outra vez ilegalmente, para a fronteira da França. Que 
sensação de temor lhe sobreveio quando viu um oficial da polícia dirigindo-se para 
ele. Clamou a Deus por auxílio. E que sucedeu? O policial virou-se e seguiu para 
outra direção. 

Na França o irmão Seelbach experimentou realmente a promessa de Mateus 19:29: 
"E todo o que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe ... por amor 
do Meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna." Sim, ali foi 
recebido de maneira tão cordial que não conseguia ser grato a Deus o tanto quanto 
a alma pedia. [225] 



O Diabo, porém, não queria que gozasse paz e alegria. Onde quer que se 
estabelecesse, alguém o delatava. Mas o Senhor o ajudava de tal maneira que, 
poucas horas antes de a polícia chegar, ele estava num lugar diferente. 

Finalmente, foi obrigado a deixar a França e fugir para a Holanda, em maio de 
1939, passando por Luxemburgo e Bélgica. Em 29 de dezembro de 1939, todos os 
refugiados alemães, e também o irmão Seelbach, foram confinados num campo de 
concentração. 

Em 14 de maio de 1940, passaram momentos terríveis quando os alemães se 
apoderaram desse campo com 350 judeus e 25 desertores. Imediatamente os 
desertores foram fuzilados. O irmão Seelbach também foi condenado à morte. Mas 
um milagre aconteceu. O Deus onipotente possibilitou-lhe a fuga. 

Depois de escapar do campo de Hoek, na Holanda, em 18 de maio de 1940, ficou 
escondido em casas de irmãos da fé. Entretanto, o Diabo, não estava contente. 
Novamente uma traição. Enviaram um bilhete anónimo à polícia. Outra vez 
Seelbach foi caçado como fera. Assim continuou mês após mês, muitas vezes 
obrigado a esconder-se por dias e noites em florestas e cavernas sob frio rigoroso. 

Quando as tropas inglesas lutavam para libertar a Bélgica em setembro de 1944, a 
tempestade desencadeou mais violentamente sobre a Holanda. Por toda parte os 
homens da SS rastreavam a região à procura de vítimas para abater. 

A fim de não cair nas mãos desses algozes, no derradeiro minuto, através da linha 
de fogo, nosso irmão escapou para a Bélgica em 14 de setembro de 1944. Então, 
contra sua expectativa, foi detido pelos ingleses. Mas o Senhor o confortou com 
João 13:7: "O que Eu faço, tu não o sabes agora; mas depois o entenderás." 

Embora a princípio ficasse triste, depois de todas essas lutas, alegrou-se, pois lhe 
foi permitido ser testemunha de Cristo. Com frequência conseguia proclamar a 
mensagem de Deus para estes últimos dias para 300 ou 400 homens. 

Certa vez o auditório chegou a mais de mil pessoas quando falou sobre o tema 
"Que nos trará o futuro?" Muitos, chorando, levantaram as mãos, prometendo a 
Deus aceitar a verdade. Três começaram a guardar o Sábado quando nosso irmão 
ainda se encontrava ali. 

No campo de internamento, o irmão Seelbach encontrou também um conhecido 
ministro da denominação Adventista, que, sendo soldado de Hitler, ali estava como 
prisioneiro de guerra. Ele cria na vitória final do "Fiihrer", mas então decepcionado, 
tinha vergonha de si mesmo. [226] 

Após 15 meses de internamento, o irmão Seelbach foi convocado para uma 
audiência. O Diabo insistia em trabalhar contra ele, pois o oficial encarregado, que 
tinha autoridade para libertá-lo, não queria examinar as evidências de sua 
inocência. Em vista da situação, a igreja começou a orar fervorosamente em favor 
desse irmão. 

Ele também passou uma noite inteira lutando com Deus em oração. Na manhã 
seguinte, foi mais uma vez convocado para audiência. Cheio de fé, recorreu ao Pai 
celestial e suplicou ajuda. Que aconteceu? Sem dizer palavra, libertaram-no. O 
irmão Seelbach encerrou seu relato exclamando: "Bendito seja por toda a 
eternidade o nome de Jesus de Nazaré!" 



A Gestapo exigiu o endereço de todos os irmãos 

Alfred Múnch 

Certo dia, numa campanha de colportagem, o irmão Hans Fleschutz vendeu o livro 
Auf Gottes Wegen (Nos Caminhos de Deus) a uma senhora idosa de Hassloch. 
Quando soube que ele era adventista, perguntou se conhecia o irmão Míinch. O 
colportor respondeu que conhecia a esposa e os filhos dele. Ela então quis saber 
onde Miinch se encontrava. Fleschutz contou que o irmão Miinch houvera sido 
mártir por sua fé num campo de concentração. 

Ao ouvir isso, lágrimas surgiram-lhe nos olhos. Trinta anos antes o irmão Miinch 
ministrara uma série de estudos bíblicos àquela senhora. Enquanto o irmão 
Fleschutz descia a rua, continuou pensando no irmão Miinch, que muitos anos antes 
trabalhara naquela mesma rua, visitando casa após casa, e agradeceu a Deus 
porque tinha dado a esse querido irmão força para perseverar até a morte. 

Transcrevemos a seguir uma carta da irmã Miinch, de 4 de outubro de 1964, 
relatando o que ela e o marido sofreram sob o regime totalitário: 

Meus prezados irmãos e irmãs no Senhor! 

Paz seja com todos! 

Passo a relatar minha experiência aos amados crentes que travaram o combate de 
boa consciência, na Alemanha, durante o regime de Hitler. Em primeiro lugar, dou 
honras e louvores a Deus, que tão maravilhosamente nos sustentou em todos os 
dias dessa ardente provação. 

Certamente, os irmãos ouviram muitas experiências sobre nossos irmãos 
encarcerados durante as duas guerras mundiais, mas desejo agora falar das 
experiências pelas quais nós, irmãs, tivemos de passar. Era comum, no passado, 
pensar que, sendo [227] mulheres, não iríamos tão facilmente para a prisão. Eis 
porque o golpe nos foi duplamente severo. Tornou-se mais severo ainda quando, 
em momento crítico, irmãos apostataram e, ao renunciarem a fé, tornaram nossa 
carga bem mais pesada. 

Em nossa vila havia uma mulher interessada na verdade, que nos visitava com 
frequência, cujo marido era membro da SA (Sturmabteilung ). Ele ficou tão furioso 
com essa visitação que denunciou o caso ao partido. Meu marido logo foi preso e 
levado embora, enquanto meus filhos, que tinham então dez e cinco anos, ficaram 
chorando de maneira tão sentida que quase partiu o meu coração. Durante quase 
duas semanas mal pudemos comer. A Gestapo mandou que eu fornecesse os 
endereços de todos os irmãos. 

Como eu me recusasse a colaborar, deixaram-me este recado: 

"Ficaremos com seu marido até que nos forneça os endereços." 

Isso aconteceu em novembro de 1936. Em 19 de abril de 1937, fomos julgados no 
tribunal especial em Mannheim. Éramos 15. Todos fomos condenados. O líder de 
nossa igreja e meu marido receberam a pena mais longa: sete meses. ... 

Nosso castigo foi a cela solitária. A guarda do Sábado e o alimento servido na 
prisão causaram nova luta. Não tendo trabalhado nove Sábados durante os dois 



meses que ali passou, meu marido ficou 26 dias em confinamento. Recebeu apenas 
pão e água e foi deixado numa cela mais escura com apenas um banco de madeira 
para dormir. 

Para as irmãs, eles abrandaram as circunstâncias. Por eu não trabalhar no Sábado, 
recebi dois dias de confinamento numa cela mais escura. Tiraram de mim o avental, 
sapatos, grampo de cabelo, etc. Queriam, assim, evitar possíveis tentativas de 
suicídio. Isso foi no Sábado e no domingo. 

Agora, meus queridos irmãos e irmãs, como pensam que eu me sentia? 
Maravilhosamente bem! A gente se acostuma a tudo. Como não fosse permitido 
cantar em voz alta, eu cantava baixinho: "Tenho paz em meu coração, e isso me 
faz feliz", e outro cântico: "Rompendo laços com todas as coisas terrenas e 
enchendo-me das coisas eternas, encontro aqui a bendita paz que satisfaz o anseio 
da alma." 

As lutas por que passei, apesar de cruéis e severas, foram maravilhosas. Era difícil 
resistir o poder das autoridades. Porém, por nada eu perderia essas experiências. 
Quando fui presa pela primeira vez, a supervisora xingou-me terrivelmente ao 
descobrir que eu pertencia aos adventistas. Disse-me que no Sábado havia trabalho 
a fazer, e que eu tinha de obedecer ou nunca mais voltaria para casa. Fiquei tão 
deprimida que palidez mortal tomou conta de mim. Fui dominada pelas lágrimas. 
Então [228] ela disse: "Mais duas de vocês estão aqui, e são as melhores pessoas 
da prisão". Então o Sol voltou a brilhar e meu coração se alegrou. 

Permaneci decidida, dizendo calmamente para mim: Eu também pertenço a esses 
crentes. Ela não me verá desistir do Sábado. 

Semanas depois, diante da minha firmeza, a supervisora disse: 

— Vocês são verdadeiros comunistas! 
Respondi: 

— Senhorita Bóhler, desde quando os comunistas crêem em Deus? 

Saiu sem responder. Desde então, nem ela nem mais ninguém me perturbou. Só 
aos Sábados vinha para me tirar da cela. Terminando a minha pena, embora em 
circunstâncias difíceis, sob vigilância policial, meu marido e eu pudemos estar 
juntos outra vez. 

A luta recomeçou quando, no início de 1939, ele recebeu convocação para o serviço 
militar. Embora tenha recebido seis ordens para comparecer, ele as ignorou. Em 
março de 1940 foi preso novamente. A alegação foi: não respondia à saudação 
nazista. Depois de passar dois meses na prisão aguardando julgamento, foi levado 
ao campo de concentração de Dachau. Suportou tudo heroicamente. 

Às vezes escrevia para mim, e eu podia ler nas entrelinhas qual era o seu estado. 
Se escrevia, por exemplo, "espero que passe logo a severidade do inverno", eu 
sabia o que essas palavras queriam dizer. 

De Dachau ele foi transferido para o campo de concentração de Neuengamme, 
perto de Hamburgo. Dali escreveu cartas cheias de alegria no Senhor, pois sempre 
esperava reencontrar seus entes queridos. 



Em toda carta a principal preocupação era com os filhos. Recebi a última 
correspondência dele no fim de fevereiro de 1945, pouco antes de os norte- 
americanos marcharem contra Mannheim. Nossa esperança e a dele, de estarmos 
juntos, acabou quando não vieram as notícias que esperávamos. 

Nunca recebi informe oficial. Em 1948 fiquei sabendo, por meio de um homem que 
supostamente estivera com ele até o fim, que morrera de inanição. A eternidade 
revelará. 

Que o Senhor me dê forças para suportar até o fim e então experimentar a bendita 
promessa de 1 Tessalonicenses 4:16-18. ... 

Saúdo a todos cordialmente como co-peregrina em demanda de Sião. Irmã A. 
Múnch, Mannheim. —And Follow Their Faith, págs. 34-36. 

A irmã Múnch, que dormiu no Senhor em novembro de 1965, escreveu em sua 
última carta: "Deponho tudo nas mãos do grande Médico. O caminho no qual Ele 
nos conduz é bom. Agradeço a Ele somente, pois me tem conduzido 
maravilhosamente e tem cuidado de mim. Estou certa de que Ele continuará a fazer 
isso até o fim de [229] minha vida. Que Deus vos abençoe! Esse é o desejo de vossa 
sempre agradecida irmã Muench, que vos ama." (Adaptado do livro And Follow 
Their Faith, pág. 37). 

Rapaz de 16 anos recusa-se a portar armas 

Leander Zrenner 

Do Noticiário Vespertino de Munique, de 25 de abril de 1955: 

"Dezesseis anos atrás o pai de Zrenner foi executado como objetor de consciência. 
O filho também jamais pegará em arma de fogo! 

" 'Causa da morte: Execução'. É o que está escrito no atestado de óbito do pai, que 
o objetor de consciência de 19 anos de idade, Werner Zrenner, recebeu. No verão 
de 1941, um tribunal militar condenou o pai à morte por sua recusa em prestar 
serviço militar. Em 9 de agosto, o assistente e soldado Leander Zrenner caiu diante 
de uma rajada de balas em Brandenburg/Havel. O homem, profundamente 
religioso, pagou com a vida sua convicção contrária ao serviço militar. Adventista 
devoto, declarou que nunca apontaria armas contra alguém. 

"Ontem, 24 de abril de 1955, dezesseis anos depois, o filho de Zrenner compareceu 
à Comissão Examinadora dos Objetores de Consciência no Departamento de 
Serviço Seletivo, Munique 1. A exemplo do pai, ele também se recusou a portar 
armas. Jamais será obrigado a fazer isso. A Comissão o declarou objetor de 
consciência. 'A vida humana é intocável; portanto não posso conscientemente 
matar pessoas inocentes', declarou Werner Zrenner diante dos membros da 
Comissão Examinadora. 'É provável que eu tenha de suportar as consequências que 
meu pai sofreu 16 anos antes.' 

"Além da mãe, três pessoas testemunharam em favor do jovem. Declararam com 
unanimidade que Zrenner, antes de entrar em vigor o alistamento geral, se 
expressara contra o porte de armas. O presidente da Comissão Examinadora, 
advogado Friedl Fertig, disse ontem: 'A morte violenta do pai foi a razão das 
conclusões do rapaz acerca dos prós e contras do dever militar.' Os membros da 



Comissão reconheceram a opinião de Zrenner baseada em suas convicções de 
consciência." — And Follow Their Faith, págs. 37 e 38. 

Como a liberdade religiosa, o mais importante de todos os direitos humanos, foi 
instituída na Alemanha Ocidental após o fim da Segunda Guerra Mundial, Werner 
não teve a mesma condenação do pai. 

Viúva morre após torturas em Auschwitz 

Maria Maritschnig 

Viúva de um alfaiate. Morto o marido, a oficina passou a ser administrada pelo 
irmão Ranacher. No lar da irmã Maritschnig, esse [230] irmão conheceu a verdade 
pregada pela Reforma, a qual aceitou de todo o coração. Sob instigação dos 
parentes dele, as autoridades acusaram a irmã Maritschnig de o ter induzido a 
aceitar a fé. Ela foi levada ao tribunal. Durante o julgamento, foi tratada com tanta 
aspereza que desmaiou e teve de ser carregada para fora da sala. Certos de que 
ela tivesse sido levada para o hospital, os crentes foram para lá. Equivocaram-se. 
Chegou a notícia de que havia sido transferida para Munique. Depois de torturas 
cruéis, foi levada para o infame campo de concentração de Auschwitz, onde faleceu. 
(Adaptado do livro And Follow Their Faith, págs. 38 e 39). 

Muitos outros mártires 

Dr. Alfred Zeyhs 

Esse irmão foi lançado na prisão e, espancado, teve graves hematomas. Recusou- 
se a violar a Lei de Deus. Por permanecer inflexível em sua posição, foi transferido 
para o campo de concentração de Sachsenhausen, onde depôs a vida em 1940. A 
esposa e três filhos sobreviveram. (Adaptado do livro And Follow Their Faith, pág. 
33, e de um artigo publicado na revista Der Adventruf, dezembro de 1946). 

Willi Thaumann 

O irmão Thaumann conheceu a verdade através da colportagem. Tinha uma loja de 
ferragens. Caráter puro e sincero, vivia à altura da verdade, sem fazer concessões. 
Vendo que era seu dever confessar a fé publicamente, apesar das bem- 
intencionadas advertências de um amigo policial, continuou fechando o comércio 
aos Sábados. Na porta da loja, havia uma tabuleta com o mandamento do Sábado. 
Por sua fidelidade ao quarto e sexto mandamentos, foi levado ao campo de 
concentração de Oranienburg, onde foi martirizado em 1941. (Adaptado do livro 
And Follow Their Faith, pág. 33). 

Três irmãs russas 

Entre os operários que foram levados à força da Rússia para a Alemanha durante a 
Segunda Guerra Mundial, havia três jovens russas que se demonstraram heroínas 
da fé ao serem provadas com respeito ao quarto mandamento. "Faremos em cinco 
dias o trabalho que nos foi incumbido", disseram ao oficial do campo. Realmente 
fizeram mais que isso. Ninguém era tão elogiado pela diligência no trabalho como 
aquele pequeno grupo de crentes. Satanás, porém, não estava satisfeito. Naqueles 
dias o lema era: "Trabalhar! Trabalhar! Trabalhar! Na guerra, temos de vencer." [23i] 



Os trabalhadores gritavam cheios de inveja: "Se essa gente pode ter dois dias 
livres, nós também exigimos os mesmos privilégios." Eles se referiam ao Sábado e 
domingo. 

Grave crise pessoal era iminente para aquelas irmãs. 

O capataz tentou apaziguar os ânimos, dizendo que elas realizavam trabalho 
melhor, completando as tarefas de seis dias em cinco. 

— Nós também podemos fazer isso, gritaram. 

Então o capataz dirigiu-se ao pequeno grupo de crentes: 

— Estão vendo? Não posso fazer nada. Vocês terão de trabalhar aos Sábados 
também. Caso contrário, fuzilamento! Estamos em guerra, e atitude como a de 
vocês, é considerada sabotagem contra a nação. 

Nuvens de ansiedade pairaram sobre aquelas irmãs fiéis. No Sábado seguinte o 
capataz ficou furioso ao surpreendê-las num estudo bíblico. Disse-lhes: 

— Vocês sabem quanto as aprecio. Se dependesse de mim, seriam dispensadas no 
Sábado. Estimo o bom trabalho que fazem, mas vejam o tumulto entre os 
trabalhadores. Além disso, a impressão é de que eu protejo os judeus. Peço-lhes o 
favor de trabalhar. 

A resposta foi: 

— Não podemos pôr os mandamentos de Deus abaixo dos preceitos dos homens. 
Se nosso Salvador quer que morramos, estamos prontas. Ele morreu primeiro por 
nós. 

Como não cedessem, foram castigadas. Depois tornaram a perguntar se ainda 
continuavam com a mesma opinião. Recusando-se a mudar de conduta, declararam 
firmemente que preferiam morrer a ser separadas de Cristo. Seguiu-se uma cena 
da Idade das Trevas: foram açoitadas impiedosamente nas costas nuas até sangrar. 
Quando voltaram para a cela, uma lavou as feridas da outra e louvaram a Deus que 
as julgou dignas de sofrerem pelo nome de Jesus. 

Depois de outra semana de trabalho, nova provação, maior que a anterior. O 
capataz encontrou-as novamente lendo a Bíblia, conforme seu costume. 

— Hoje é a última oportunidade para vocês. Não acreditam que serão fuziladas? 

— Sim, sabemos. É o que prevemos. Porém, nada temos a perder deixando este 
mundo. Além disso, nossa consciência diz que não merecemos ser maltratadas. 

As três foram alinhadas diante da metralhadora. O major começou a contagem 
regressiva. Vendo que as irmãs continuavam inflexíveis, sem vacilação, o major fez 
alto e disse: "Deixem que guardem o Sábado. Jamais vi coisa semelhante. "[232] 

Depois disso, sempre que aquele homem tinha oportunidade, e não era vigiado, 
vinha ao culto sabático e ficava alguns instantes com as irmãs crentes. Além disso, 
com frequência lhes trazia alimento extra. Elas disseram que não tinham 
sentimento de ódio nem vingança contra aquele homem. Ao contrário, chamaram- 
Ihe a atenção para o amor de Deus e Suas obras maravilhosas, o plano da salvação, 



e a tríplice mensagem de Apocalipse 14. Só Deus sabe o que aconteceu a ele 
depois disso. 

Muitos outros 

Além desses mártires, houve muitos outros, durante a Segunda Guerra Mundial, 
que sofreram injustiça, perseguição e morte. Ernst Kórner foi torturado até a morte 
no campo de concentração de Sachsenhausen em 1944. Robert Freier foi 
martirizado num campo de concentração em 1940. Certo irmão Hermann foi 
declarado morto na prisão de Breslau (1941?). Josef Blasi foi torturado até a morte 
no campo de concentração de Mauthausen em 1943. O irmão Ranacher foi 
sentenciado à morte por um tribunal militar durante a guerra. Esses também 
pertencem à longa lista dos heróis da fé. 

Uma reportagem publicada no Vólkischer Beobachter (Observador Popular), Áustria, 
deu informações adicionais sobre a perseguição cruel a que nossos irmãos foram 
submetidos. Diz o informe: 

"Distrito de Kaernten, 

"Klagenfurt, 20 de agosto de 1943 

"Dez Anos Para Refletir na Penitenciária 

"Adventistas no Serviço dos Oponentes 

"Relatos Pessoais do Observador Popular 

"Foram acusados perante no tribunal especial de Klagenfurt [Josef] Blasi, de 48 
anos, e Maria Krall, de 48, ambos de St. Donat. Matthias Weratschik, de 37 anos, e 
a esposa Maria, de 28 anos, de Tiemenitz. Sob a influência da loucura adventista, 
os quatro recusaram-se a portar armas, citando textos da Bíblia na tentativa de 
levar à resistência compatriotas alistados. ... Esses queriam deixar a defesa da 
pátria ao cuidado do Senhor Deus. Para evitar piores calamidades, tais elementos 
transviados devem ao menos, durante a guerra, ser mantidos onde não possam 
causar dano. O tribunal especial os declarou culpados. Josef Blasi foi sentenciado a 
dez anos de prisão. Os outros três foram condenados apenas pelo crime de terem 
incorrido no parágrafo terceiro da Lei de Proteção das Defesas do Povo Alemão, 
porque se opuseram à lei mediante atitude [233] e antimilitarista. Assim, Maria 
Krall foi condenada a cinco anos. Matthias e Maria Weratschik foram condenados a 
dois anos na penitenciária." (Citado do livro And Follow Their Faith, pág. 52). -- 
Copiado do livro A História dos Adventistas do Sétimo Dia — Movimento de 
Reforma, págs. 220-233. 



Histórias que Ninguém Contou 
nos Encontros J.A. 

Mártires do Século XX 

Conheça a História de Heróis 
Adventistas Modernos 



O relato é do livro O Adventismo e a Reforma Profetizada, do irmão Alfons 
Balbach, que integra o Movimento de Reforma: 

O Senhor sempre deu a primeira oportunidade aos líderes, mas é lamentável dizer 
que, quando surgiu a crise perante a igreja em 1914, encontrou-os despreparados. 
A grande maioria dos membros na Europa foi incapaz de enxergar que seus líderes, 
levando os membros a participar dos combates na Guerra, estavam conduzindo a 
igreja a uma direção errada. 

Durante essa ardente prova, a liderança dos ASD expediu declarações instruindo os 
irmãos a tomarem parte nos combates. Esses escritos trouxeram muita confusão 
nas igrejas. Milhares de adventistas do sétimo dia na Europa foram lançados em 
grande sofrimento e perplexidade, os quais, para evitar a perseguição e possível 
morte, consentiram em renunciar à guarda do Sábado para portar armas e agir 
como outros patriotas agiam. A grande maioria procedeu em conformidade com as 
decisões de seus líderes. 

Foi somente uma pequena minoria de objetores de consciência (não-combatentes) 
que tiveram fé e coragem necessárias para defender a verdade e a justiça. Não 
eram desordeiros; eram adventistas sinceros que permaneceram em defesa da Lei 
de Deus num tempo de crise, em que a igreja vacilava entre a lealdade e a 
transigência. Seu ponto de vista, porém, conflitava com a decisão dos líderes, cujo 
desejo era que a igreja não perdesse o favor do governo. Por isso os poucos que se 
mantiveram fiéis às suas convicções foram excluídos da comunhão da igreja. A 
perseguição e a tribulação que se seguiram em resultado dessa atitude faz parte da 
história denominacional. Na crise desencadeada pela Primeira Guerra Mundial, Deus 
tinha Suas fiéis testemunhas em cada país, como veremos nas páginas a seguir. 

Desde o início da guerra, a Conferência Geral estava a par das dificuldades 
enfrentadas pela igreja na Europa. As contendas e divisões surgidas nas fileiras 
adventistas não foram ocultadas aos irmãos da sede. Por isso, em fins de 1916, 
William A. Spicer, secretário da Conferência Geral, foi enviado à Europa a fim de 
obter informações de primeira mão sobre o problema e, se possível, encontrar uma 
solução. Se ele tivesse entrado em contato com a minoria excluída e ouvido 
também a sua versão da história, poderia ter levado para Washington, D. C, um 
quadro equilibrado da situação. Satisfez-se, porém, apenas com relatórios parciais 
que lhe foram apresentados pelos líderes europeus (principalmente por L. R. 
Conradi), responsáveis pelo problema e diretamente envolvidos na dificuldade. 
Assim, a visita do pastor Spicer, em vez de servir para resolver ou minimizar a 
questão, serviu apenas para agravá-la. 



Milhares de adventistas encheram-se de consternação e começaram a protestar 
quando leram a Circular de 2 de agosto de 1914, assinada pelo pastor G. Dail, 
secretário da Divisão Europeia, e que continha as seguintes instruções: 

"Devemos cumprir de bom grado nossos deveres militares enquanto estivermos 
servindo o exército ou quando formos chamados a servir, para que os oficiais 
encarregados encontrem em nós bravos e fiéis soldados, dispostos a morrer por 
seus lares, por nosso exército e por nossa Pátria." 

Para agravar a aflição desses adventistas não-combatentes, o compromisso da 
liderança, de acordo com a declaração submetida pela União da Alemanha Oriental 
ao Ministério da Guerra (4 de agosto de 1914), assinada pelo presidente da União, 
H. F. Schuberth, foi providencialmente trazido ao conhecimento deles poucos dias 
depois. Dizia essa declaração: 

"Comprometemo-nos a defender a pátria e, nessas circunstâncias, também 
portaremos armas no Sábado." 

Outra coisa que chocou esses poucos fiéis foi a publicação do livreto Der Christ und 
der Krieg (O Cristão e a Guerra) em 1916. Na página 18, três dos principais líderes 
adventistas da Alemanha fizeram a seguinte declaração: 

"Em tudo quanto dissemos, mostramos que a Bíblia ensina: primeiro, que tomar 
parte na guerra não é transgressão do sexto mandamento; segundo, que fazer 
serviço militar no Sábado não é transgressão do quarto mandamento." 

Ninguém pode negar que ocorreu uma mudança fundamental na posição 
doutrinária da Igreja Adventista na Alemanha e que essa mudança afetou a Lei de 
Deus diretamente. Uma crise, seguida de separação, foi a consequência inevitável. 

Mesmo os de fora comentaram sobre esse acontecimento. Um ministro luterano 
escreveu: 

"A Guerra Mundial acarretou grande crise ao adventismo alemão. O Koelnische 
Zeitung {Jornal de Colónia), de 21 de setembro de 1915, escreve: 'Depois do início 
da guerra ocorreu um cisma entre os seguidores do adventismo. A maioria queria 
que seus ensinos fundamentais ficassem invalidados durante o tempo da guerra. A 
outra parte, ao contrário, desejava a santificação do Sábado mesmo durante esse 
tempo difícil. Essas diferenças de opinião resultaram finalmente na exclusão dos 
seguidores da antiga fé da igreja.' Acima de tudo foi essa posição para com o 
serviço militar em geral que causou essa divisão. 

"Já em 4 de agosto de 1914, a grande maioria dos adventistas alemães havia 
declarado num comunicado extremamente subserviente ao Ministério da Guerra em 
Berlim: 'Neste atual e solene tempo de guerra, consideramo-nos compelidos por 
uma questão de dever a permanecer em defesa da Pátria, bem como, sob estas r 
circunstâncias, a portar armas no Sábado.' Declaração semelhante foi enviada ao U. 
escritório do general comandante da sétima região militar em 5 de março de 1915. 
Assinavam essa declaração L. R. Conradi, presidente da Divisão Europeia dos 
Adventistas, e P. Drinhaus, presidente da Associação Saxónica. 

"Adotou-se, portanto, uma posição oficial contrária aos ensinos pacifistas adotados 
pela Associação Americana [dos adventistas]. Por essa razão, parte dos adventistas 
alemães opuseram-se a essa resolução oficial. Essa discordância resultou em 
amargo conflito. Os adventistas que eram favoráveis à participação na guerra e que 



se haviam tornado desleais aos princípios originais, voltaram-se de modo 
impetuoso contra os seguidores dos antigos ensinos. 

"Num artigo publicado no Dresdener Neueste Nachhchten (As Últimas Notícias de 
Dresden), 12 de abril de 1918, eles chamam essas pessoas de 'elementos 
irrazoáveis' com 'ideias tolas', chegando a dizer as seguintes palavras indelicadas: 
'Consideraríamos na realidade um favor feito a nós se tais elementos recebessem o 
destino que merecem.' No mesmo artigo, em exaltação a seus próprios méritos, 
narram detalhadamente seus feitos pela Pátria. Achamos que essa contenda é algo 
extremamente desagradável. Por outro lado, os seguidores dos ensinos primitivos, 
num número especial de seu periódico, Waechter der Wahrheit {Sentinela da 
Verdade), narram a grosseria sofrida da parte de seus irmãos hostis." Dr. Konrad 
Algermissen, Die Adventisten (Os Adventistas), págs. 22-24 (livreto publicado em 
1928). 

Um panfleto publicado pela Igreja Adventista na Alemanha tentou explicar nos 
seguintes termos a crise que acometeu o povo adventista durante a Primeira 
Guerra Mundial: 

"Como filhos do Pai celestial, eles [os adventistas] cultivam a paz entre si e com os 
seus semelhantes em todo o mundo. Ao mesmo tempo, buscam, nesta época 
solene, manter os princípios que o Senhor da cristandade deu aos que são a luz e o 
sal da Terra. Onde existe recrutamento geral, eles [os adventistas] têm sempre 
estado prontos, como denominação, a cumprir seus deveres tanto em tempos de 
paz como em tempos de guerra, a exemplo de todos os outros cidadãos leais. Na 
observância do sétimo dia semanal, que é sua característica peculiar, desejam 
apenas ter os mesmos direitos outorgados a outros religiosos com respeito a seu 
dia de repouso. 

"Ao eclodir a guerra, a denominação agiu firmemente de acordo com a lei do 
recrutamento, conforme seus membros tinham feito em tempos de paz. 
Desejavam, se possível, os privilégios que podiam ser concedidos a outros sob as 
mesmas circunstâncias. Milhares de seus membros estão no exército. Muitos deles 
tombaram no campo da honra na Europa e alguns nas colónias, ao passo que 
muitos outros receberam condecorações ou foram promovidos. Além disso, no início 
da guerra, muitos de seus membros, tanto homens como mulheres, trabalharam 
voluntariamente prestando serviços em ambulâncias, e a denominação colocou sem 
hesitar suas espaçosas instalações da missão à disposição da Cruz Vermelha. 

"No decurso da guerra, contudo, houve lamentavelmente alguns membros que 
deixaram de confessar abertamente às autoridades suas próprias dúvidas pessoais 
de consciência, e preferiram afastar-se secretamente de seus deveres e ficar 
perambulando de lugar em lugar induzindo outros, pela palavra falada ou escrita, a 
adotar o mesmo procedimento. Quando a denominação os chamou a prestar contas 
pela sua conduta, acusaram os líderes de estar em apostasia. Portanto, eles 
tiveram de ser excluídos da comunhão, não por causa de suas convicções pessoais, 
mas devido à sua atitude anticristã e por se haverem tornado uma ameaça tanto à 
paz interna como à externa." —Zur Aufklaerung {Esclarecimento) , págs. 2 e 3. 

Numa carta circular intitulada The European Situation {A Situação Europeia), o 
pastor C. H. Watson deu a seguinte explicação: 

"Houve na Alemanha, e nesses outros países em questão, uma minoria de nossos 
crentes que se recusaram a seguir a liderança de Conradi e outros a participar na 
guerra como combatentes. 



"Esses foram submetidos a muito sofrimento nas mãos de seus governos devido à 
posição que defendiam. 

"Na Alemanha, os que se posicionaram contrariamente à ímpia ação de Conradi em 
submetê-los à guerra foram tratados com grande rudeza por ele e seus aliados. A 
resistência da minoria ao serviço militar ameaçava comprometer todo o corpo de 
adventistas aos olhos do governo alemão, e, para evitar isso, Conradi mandou que 
excluirá minoria da igreja. 

"Assim a minoria não-combatente daquele país foi posta fora da igreja, e essa 
separação continuou através dos anos da guerra. 

"Quando esse estado de coisas se tornou conhecido dos líderes da Conferência 
Geral, eles ficaram profundamente preocupados e enviaram W. A. Spicer à 
Alemanha num tempo em que era extremamente grave o perigo do submarino 
alemão. O irmão Spicer colocou em perigo sua própria vida a fim de obter 
informações de primeira mão sobre aquela situação. 

"O resultado dessa visita foi que a Conferência Geral obteve informações diretas 
acerca: 

a. do erro cometido contra essa minoria de crentes, 

b. da divisão e rivalidade resultantes entre nossos membros alemães, 

c. do desenvolvimento de amargura em ambos os grupos, e especialmente nos que 
foram injustiçados pelo procedimento de Conradi, 

d. dos pontos de vista extremos a que esses grupos estavam impelindo uns aos 
outros com as suas diferenças." 

Enquanto Conradi foi líder da denominação ASD, os representantes da Conferência 
Geral encobriram seus defeitos e o defenderam. Depois que ele deixou a Igreja 
Adventista, alguns líderes começaram a admitir o que deveriam ter admitido no 
início das dificuldades (1914-1920). 

O reconhecimento do pastor Watson, contudo, é uma raríssima exceção. Ignorando 
os aspectos fundamentais do problema como um todo, as publicações adventistas 
que tratam dessa grande crise geralmente fogem do assunto. Um desses aspectos 
é que a minoria fiel foi excluída — fato que é normalmente ocultado. 

Outra rara admissão da responsabilidade da igreja no tratamento dispensado aos 
objetores de consciência, encontra-se num livreto publicado pela Southern 
Publishing Association (Associação Publicadora do Sul), Nashville, Tennessee: 

"Na verdade o movimento 'de reforma' ... nasceu na Alemanha durante a Guerra 
Mundial, enquanto [L. R.] Conradi era o líder da denominação Adventista do Sétimo 
Dia em toda a Europa. Aquele movimento, como é hoje e como tem sido desde que 
veio à existência, é praticamente a expressão de um protesto de grande número de 
adventistas do sétimo dia, não contra os ensinos da denominação, mas contra a 
ações arbitrárias de um homem, Conradi, e de alguns outros que estavam unidos a 
ele em sua liderança da igreja na Europa — ações que praticou sem consulta, 
permissão ou mesmo conhecimento da Conferência Geral. A saída desses crentes 
não proveio de uma 'batelada de erros grosseiros e de uma hierarquia dominadora', 
mas da liderança de Conradi que, sem ouvir-lhes a voz ou receber deles permissão, 



mandou que fossem submetidos ao canhão e à baioneta no campo de batalha. 
Desde a hora em que ele tão sordidamente as traiu, perderam completamente a fé 
que tinham nele como homem, como ministro ou líder da igreja de Deus." — Walter 
H. Brown, Brown Desmascara Ballenger, pág. 30. 

É verdade que Conradi e outros líderes da Europa traíram a confiança dessas 
"vítimas infelizes", conforme o pastor Brown admite em sua defesa escrita contra 
Ballenger. Mas o pastor Brown está grandemente equivocado ao dizer que Conradi 
agiu "sem consulta, permissão ou conhecimento da Conferência Geral", pois as 
evidências provam exatamente o contrário. Além disso, o pastor Brown não declara 
os fatos corretamente quando diz que houve um "protesto" e uma "saída". Ele 
deveria ter dito que houve um "protesto" e uma "exclusão". 

Durante a Primeira Guerra Mundial, bem mais de dois mil não-combatentes foram 
expulsos da Igreja Adventista na Alemanha. Juntamente com os objetores de 
consciência de outros grupos religiosos, esses crentes fiéis foram submetidos à 
mais dura prova que os cristãos já foram chamados a suportar. Visto que a 
Alemanha não dispunha de uma provisão para acomodar esses heróis da fé, eles 
tiveram que enfrentar o pelotão de fuzilamento ou suportar os horrores da prisão. 

Durante uma assembleia realizada na Iugoslávia, em 1933, o irmão Otto Welp 
apresentou o seguinte relatório, publicado por nossos irmãos iugoslavos: 

"A sentença pronunciada contra os objetores de consciência era que, dentre os 
homens qualificados para o exército, um de cada dez devia ser executado. Depois, 
se os outros não cedessem, todo quinto homem seria morto, e finalmente cada 
segundo." Só Deus sabe, e o dia do juízo revelará, quantos adventistas não- 
combatentes foram realmente executados. Naquele tempo eles eram muitas vezes 
desprezados como covardes que temiam ir para a frente de batalha, embora hoje 
em dia sejam considerados heróis que se recusavam a tirar a vida humana e que 
não temiam morrer por suas convicções. Os que sobreviveram ao fuzilamento 
foram mantidos na prisão até o fim da guerra. 

De igual modo, em outros países que tomaram parte na guerra, os adventistas fiéis 
passaram por grandes dificuldades. 

Quando surgiram as hostilidades na Europa, os líderes da União Romena da Igreja 
ASD estimularam seus membros a tomar parte na guerra. Uma declaração 
publicada em 4 de agosto de 1914 por P. P. Paulini e G. Danila, respectivamente 
presidente e secretário da União, dizia: 

"Os membros que foram convocados para prestar serviço militar não devem perder 
de vista o fato de que, em tempo de guerra, todos devem cumprir plenamente seus 
deveres. Em Josué 6, vemos que os filhos de Deus pegavam em armas e cumpriam 
seus deveres militares mesmo no dia de Sábado. ... Portanto, em reunião especial 
com nossos líderes, à qual compareceu grande número de crentes convocados para 
portar armas, chegamos à conclusão de que todos os membros devem cooperar 
com essa disposição." 

A seguinte decisão foi posteriormente publicada num periódico denominacional da 
Roménia: 

"Nós, a Conferência dos Adventistas do Sétimo Dia na Roménia, tornamos público o 
ponto de vista bíblico de que o serviço militar e o chamado para pegar em armas é 
um dever imposto pelo Estado, a quem Deus deu legítima autoridade, de acordo 
com 1 Pedro 2:13 e 14 e Romanos 13:4 e 5. 



"A Comissão da Conferência Geral adotou essa mesma posição durante sua reunião 
de novembro de 1915. Portanto, os diversos países do mundo têm plena liberdade 
nessa questão para, a seu próprio modo, continuarem a enfrentar esses requisitos 
legais conforme têm feito até agora." —Curierul Misionar, 1916, n° 3, pág. 35. 

A posição de combatência adotada pela liderança adventista causou muita confusão 
também na Roménia, onde os poucos fiéis que permaneceram em defesa da Lei de 
Deus foram muito maltratados pelos líderes, sofrendo não apenas crítica e 
difamação, mas também exclusão e perseguição. Delatados às autoridades, eles 
foram separados uns dos outros, aprisionados e torturados (só Deus sabe quantos 
morreram em tais circunstâncias), ao passo que os membros regulares, que 
seguiam as recomendações dos líderes da igreja, não enfrentaram problemas, 
porque estavam dispostos a fazer o que todos faziam. Os líderes explicaram a 
posição oficial da igreja nos seguintes termos: 

"Houve casos em que os irmãos da Alemanha perguntaram: 'Que devemos fazer 
durante a guerra?' A resposta foi: 'Permanecei fiéis a Deus, mas fazei o que todos 
estão fazendo.' E o que aconteceu? Nos lugares onde os soldados conseguiam 
permissão para repousar no domingo e santificá-lo, nossos soldados se dirigiam a 
seus comandantes com a petição: 'Solicitamos que nos dêem os Sábados livres.' ... 
Mas onde nem se podia pensar em dias santos, teria sido uma atitude estranha da 
parte de nossos irmãos pedir permissão para guardar o Sábado." —Curierul 
Misionar, 1916, n° 3, pág. 37. 

O que aconteceu em outros países europeus também ocorreu na Roménia. Alguns 
não-combatentes distinguiram-se como heróis. Gheorghe Panaitescu relata as 
seguintes experiências: 

"Quando a Roménia entrou na guerra em 1916, três fiéis adventistas de um único 
regimento foram condenados a ser executados por um pelotão de fuzilamento 
porque se recusaram a servir como combatentes. Um deles foi chamado e ordenou- 
se-lhe que cavasse sua própria sepultura. Depois, estando ele à borda da cova, o 
comandante fez-lhe o seguinte apelo: 

" 'Soldado, por causa de sua posição como objetor de consciência, você foi 
condenado ao fuzilamento. Antes, porém, de morrer, você terá uns breves 
momentos para meditar sobre o que vai fazer. Pense em sua família. Se você quiser 
escapar ao fuzilamento, tome sua arma e vá para a frente de batalha. Nem todos 
os soldados morrerão em combate. Muitos voltarão para seus lares e para o seio de 
sua família. Considere essas coisas rapidamente.' 

"Aquele irmão respondeu que havia muito tempo já pensara sobre isso e que 

estava decidido a permanecer firme em sua posição, pois não podia agir 

contrariamente à sua consciência. Quando o comandante percebeu a que aquele 
irmão estava realmente decidido, disse-lhe: 

" 'Siga-me!' E o conduziu para outro local. 

"Ouviu-se um tiro disparado no ar, a cova foi enchida com terra e derramou-se um 
pouco de sangue de animal nos arredores. 

"A seguir o comandante convocou o segundo irmão e lhe fez o mesmo apelo, 
acrescido desta advertência: 



" 'Veja, seu irmão está morto e enterrado nesta primeira cova em virtude de sua 
obstinação. Esta segunda cova está reservada para você, caso continue a mostrar a 
mesma atitude inflexível.' 

"O segundo homem respondeu: 

" 'Se meu irmão permaneceu fiel a Cristo até a morte, eu também permanecerei fiel 
Àquele que nos ensinou a amar uns aos outros, porque não quero perder a coroa 
da vida.' 

"Repetiu-se o mesmo procedimento. Outra vez disparou-se um tiro no ar, a cova foi 
coberta e algumas gotas de sangue derramadas no solo. 

"Quando o terceiro irmão foi chamado, o comandante apontou-lhe as duas covas e 
lhe disse: 

" 'Eis onde jazem os corpos de seus dois irmãos. Eles perderam a vida por causa de 
sua obstinação. Mas você ainda tem uma chance para salvar sua vida. É fácil. 
Apanhe sua arma e cumpra seus deveres militares para não ser fuzilado. Depois 
que a guerra acabar, você poderá viver em paz e seguir, contente, a sua religião.' 

"O terceiro homem começou a pensar. Durante algum tempo ficou hesitante. 
Finalmente declarou-se pronto a portar armas, ir para a frente de batalha e fazer 
tudo quanto os outros combatentes faziam. Então o comandante lhe disse: 

"Devemos fuzilá-lo, porque você não é fiel a seu Deus como foram seus outros dois 
irmãos. Você é um hipócrita e um covarde. Se não serve a seu Deus, não podemos 
confiar em que servirá a nosso governo. Há de atirar no ar e, quando em perigo, 
dará vantagem ao inimigo. Seus dois irmãos, que mantiveram seu propósito de 
permanecer fiéis a Deus, sobreviveram; mas você será executado! 

"Então ordenou que o pelotão de fuzilamento atirasse. 

"Os dois sobreviventes, que não negaram sua fé, foram forçados a trabalhar 
nos campos e, ao fim da guerra, voltaram para seus lares. Foi então que a 
história toda se tornou conhecida entre os irmãos na Roménia." 



Eis outro caso interessante, relatado pelo irmão Panaitescu. Por causa de suas 
convicções religiosas, que não lhe permitiam ser combatente, um fiel irmão 
adventista foi condenado à morte pela corte marcial. Virando-se de costas para sua 
sepultura, pediu permissão para fazer sua última oração nesta Terra. Ajoelhando- 
se, orou em voz alta implorando a Deus que fosse misericordioso para com seus 
algozes e perdoasse a todos quantos fossem responsáveis pela pena de morte que 
ia ser aplicada. Antes que ele concluísse sua oração, aconteceu que um oficial de 
alta patente passava por ali e perguntou o que estava acontecendo: 

"Quem deu ordens para atirar nesse homem? E por que motivo?" 

Em poucas palavras, os soldados explicaram o problema: O homem seria executado 
porque, sendo objetor de consciência, afirmava não poder quebrar a Lei de Deus; 
portanto, não podia portar armas ou fazer qualquer trabalho secular aos Sábados. 



"Este homem não deve morrer", replicou o oficial. "Ele irá comigo para a corte 
marcial e eu o defenderei." 

Em essência, o apelo que o oficial fez na corte, em defesa desse crente fiel, foi o 
seguinte: 

"Temos aqui um homem diante de nós. Um homem que é consciencioso no 
cumprimento de seus deveres religiosos e que prefere morrer a quebrar os 
mandamentos de Deus, é um grande homem. Este é o tipo de homens de que a 
Roménia precisa, e nós não temos máquinas para fabricá-los em um só dia. Nem 
todos os homens competentes vão à frente de batalha. Muitas coisas precisam ser 
feitas em todo o país, longe da linha de fogo. Há homens que não nasceram para 
matar — homens que possuem convicções religiosas — homens que podem ser 
uma bênção para a humanidade em muitas outras ocupações. É para o melhor 
interesse do país que não eliminemos tais homens, mas lhes preservemos a vida." 

Em alguns casos, Deus foi honrado em livrar Seus servos fiéis de maneira 
miraculosa; em outros casos Deus foi honrado em dar a Seus servos fiéis força e 
resignação para sofrer o martírio. Qualquer que tenha sido o caminho escolhido por 
Deus, Ele sabia o que estava fazendo. Que Seu nome seja honrado e glorificado! 

Também na Rússia houve uma minoria de crentes adventistas que, por causa de 
suas convicções religiosas, se recusaram a tomar parte na guerra. Lemos num livro 
adventista: 

"Algum tempo depois de iniciada a guerra, nossos líderes na Rússia souberam que 
o governo havia condenado cerca de setenta de nossos irmãos a trabalhos 
forçados, e acorrentados, durante o período de dois a dezesseis anos. Milhares de 
jovens de outras denominações sofreram condenações semelhantes. Mas o olhar 
amorável de Deus seguia esses cristãos sofredores. Ele via suas mãos algemadas, e 
ouvia seus clamores de angústia. Por isso lhes trouxe livramento de modo 
inesperado. Com a queda do velho regime, surgiu um novo e ... o novo governo 
expediu decretos concedendo anistia aos não-combatentes e isentando-os de pegar 
em armas." — Matilda Erickson Andross, Story of the Advent Message (A História 
da Mensagem do Advento), págs. 173 e 174. 

Além desses setenta, deve ter havido outros adventistas fiéis cuja fé e coragem 
foram severamente provadas. 

Um recém-convertido, cujo coração estava repleto do primeiro amor, mostrou 
heroísmo entre outros heróis da fé. Depois de liberado da prisão, ele contou sua 
história: 

"Eu havia tentado explicar que era contra meus princípios religiosos portar armas, 
mas que estava disposto a servir meu país com toda a minha capacidade em outra 
situação. Entretanto, ninguém me deu ouvidos. Finalmente nossa companhia foi 
convocada, e nos alinhamos diante de um grande depósito de armamento. 
Recebemos ordens para apanharmos as armas de fogo. Havia uma para cada 
soldado. Todos se inclinaram em obediência à ordem. Somente eu permaneci de pé 
orando fervorosamente a fim de receber graça suficiente para aquele momento 
crucial. 

"O comandante logo perguntou: 

" 'Você não entendeu a ordem?' 



"Depois que respondi afirmativamente, ele perguntou outra vez: 

" 'Bem... e não é necessário obedecer ordens?' E irritado: 'Que nova ideia é essa?' 

"Todos os olhos se fixaram em mim. Eu achei que devia responder, mas antes que 
eu começasse a falar, o oficial me deu ordens para apanhar a arma sem mais 
comentários. 

" 'Não posso', respondi. 

"Ele rapidamente sacou da espada e, colocando-se em posição ofensiva, disse 
furiosamente: 

" 'Você conhece a lei.' 

"Então, virando-se para o suboficial, disse: 

" 'Vou matá-lo, pois devo ser obedecido.' 

"Eu realmente esperava que num golpe fatal a espada do comandante me 
degolasse, embora de algum modo não tivesse no momento nenhum medo. Aquela 
espada erguida não me parecia nada mais que um pedaço de papel. Por alguns 
instantes ele se manteve naquela posição. Então como se tivesse ouvido uma 
ordem para embainhar a espada — não duvido que tenha sido uma ordem de 
verdade de nosso Pai celestial — ele abaixou a espada e ordenou a alguns soldados 
que me lançassem na prisão. 

"Era fevereiro, e fazia muito frio. A prisão era um cárcere antigo e em ruínas. 
Despojaram-me de tudo, exceto de minha Bíblia e de um velho e puído cobertor, 
insuficiente para agasalhar-me completamente quando eu, deitado no gelado piso 
de chão batido, era açoitado pelas rajadas de vento que atravessavam as muitas 
frestas nas paredes. Apanhei um grave resfriado e comecei a tossir sangue. ... Fui 
liberado sem maiores indagações. 

"Cinco ou seis dias depois, todos os soldados foram despertados à noite em suas 
barracas por um oficial. Esse trazia uma notificação de que eu devia comparecer 
perante um tribunal e ser julgado. ... Sabendo que, de acordo com a lei, minha 
sentença seria a morte ou prisão perpétua na Sibéria, senti que devia naquele 
momento dar um testemunho de meu Mestre. Quase toda noite os rapazes me 
pediam que eu lhes falasse. ... 

"Certo dia apareceu um padre que queria, por todas as maneiras, dissuadir-me de 
meus pontos de vista. Quando viu que seria inútil continuar insistindo, ficou 
bastante zangado e, dirigindo-se aos soldados de minha tropa, disse-lhes: 

" 'Filhos, não dêem ouvidos a este homem. Não falem com ele. Ele está leproso.' 

"Isso, porém, só serviu para divertir os rapazes, que ficaram cada vez mais ávidos 
de me ouvir falar. ... 

"Finalmente, fui levado a julgamento. A acusação que pesava contra mim foi lida, a 
saber, minha recusa em portar armas. ... Veio a sentença: 'Dezoito anos na Sibéria. 
Os dois primeiros em pesadas correntes. Os oito seguintes em trabalhos forçados e 
cerrado isolamento. Os oito restantes em serviço do governo.' Depois desses 



dezoito anos eu poderia voltar, não para qualquer cidade, e deveria comparecer 
perante alguma autoridade policial toda semana. ... 

"Fui imediatamente algemado e levado à prisão, enquanto esperava ser enviado à 
Sibéria. ... [Nesse meio tempo] fiquei em cela isolada com o mais pobre e escasso 
mantimento imaginável. ... 

"Fiquei nessa prisão até 29 de abril de 1917, quando mudou o governo, com a 
queda do velho e despótico regime do czar. ... Sob essas novas circunstâncias, 
encontrei um querido irmão da mesma fé, também preso sob a mesma acusação. 
Passamos muitas horas felizes juntos em estudo da Bíblia e em oração. Quando 
nossos casos foram resolvidos, ele ficou livre e foi enviado para casa, e eu solicitei 
que continuasse no exército, mas sem realizar qualquer tarefa de combatência." — 
W. A. Spicer, Providences of the Great War (Providências da Grande Guerra), págs. 
129-131. 

Durante a Primeira Guerra Mundial, muitos adventistas passaram por provas e 
perseguições de outra natureza, não diretamente relacionadas com questões 
militares. E o Senhor muitas vezes mostrou Sua poderosa mão para salvar os fiéis, 
que punham sua confiança inteiramente nEle. 

Um general russo, por exemplo, ameaçou banir todos os adventistas de uma cidade 
da Letónia e matar os que ousassem nela permanecer. Aconteceu que no exato dia 
em que ele havia marcado para levar a cabo sua decisão, foi destituído de seu 
cargo e recebeu ordens para apresentar-se no quartel-general. Naquele dia, que 
era um Sábado, os irmãos estavam jejuando e orando, e o Senhor frustrou os 
planos daquele ímpio general. 

Em outro lugar da Rússia, certo juiz, com a ajuda do padre local, jurou que "não 
permitiria que nenhum adventista colocasse o pé no território" sob sua jurisdição. 
Mas estourou a revolução, e aquele ímpio juiz, acostumado a injustiçar o povo com 
suas atitudes arbitrárias, foi capturado pelo populacho e enforcado numa árvore. 

Não sabemos quantos não-combatentes observadores do sábado havia na Grã- 
Bretanha quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial. Mas havia alguns. Certo 
adventista sincero, ao ser convocado para receber sua arma, declarou que não 
podia lutar. 

— Não pode lutar? — estranhou o oficial. — O que você quer dizer com isso? 
O soldado explicou seu ponto de vista em algumas breves palavras. 

— Recusar-se a lutar contra o inimigo significa morte — disse o oficial do comando. 

— Eu esperava que isso acontecesse — respondeu o reservista. 

— Mas você será fuzilado — disse o oficial. — Não posso fazer mais nada a não ser 
ordenar que atirem em você. 

— Sim — disse o jovem. — Eu sei que esse é seu dever como militar. Eu já 
esperava enfrentar isso. Mas, tendo Cristo como meu exemplo, não posso pegar em 
armas. 

O oficial hesitou por um momento enquanto a batalha prosseguia violentamente. 
Então tomou providências para que esse irmão servisse como não-combatente, de 



acordo com sua consciência religiosa. Estamos narrando somente o que aconteceu. 
Nem tudo o que esse soldado fez está de acordo com a nossa posição como 
Movimento. 

Depois de um ano ou mais, o jovem obteve transferência de função. Tendo sido 
designado para dirigir um caminhão de munições, uma vez mais seus escrúpulos de 
consciência o colocaram em dificuldades quando declarou a seu comandante que 
não podia fazer isso. 

— Não pode levar a munição até a frente de batalha? Que quer dizer com isso? 
O soldado tornou a explicar suas convicções. 

— Você será levado perante a corte marcial imediatamente. 

— Sim — replicou ele — mas não posso fazer esse tipo de trabalho. 

Somente depois de haver demonstrado coragem inflexível na defesa de suas 
convicções e na aceitação de suas consequências, deram-lhe uma ocupação 
alternativa. (Condensado do livro Providences of the Great War). 

Outro jovem contou sua experiência da seguinte maneira: 

"Eu estava sozinho no cais no meio de mais ou menos 900 homens desesperados, 
com guardas armados por todos os lados. Durante a manhã o comandante da 
guarnição apareceu em sua ronda e mandou buscar-me. 

— Você deve trabalhar com este grupo até às seis horas da tarde — disse-me ele — 
sem essa ideia maluca de Sábado que você nos apresentou na semana passada. 

— Desculpe-me, senhor — disse eu — mas, embora eu não queira ser um criador 
de casos, devo seguir minhas convicções. 

O oficial vociferou: 

— Olhe aqui! Se esses homens o virem recusando-se a trabalhar ao pôr-do-sol e se 
rebelarem, você será o responsável e estará sujeito a fuzilamento. ... Hoje você vai 
aprender a não se rebelar. Volte ao trabalho. 

Nesse conflito desesperado, quando o soldado já começava a recuar interiormente, 
sentiu-se encorajado com o pensamento de que não estava sozinho nessas 
provações. Sabia que onze outros irmãos adventistas estavam na mesma fornalha 
da aflição. A constante oração foi sua principal fonte de força. 

Quando a negra e solitária sexta-feira estava prestes a findar, ele disse a seu 
superior imediato: 

— Desculpe; não posso mais trabalhar hoje. 

Instantaneamente vários guardas o agarraram e o arrastaram para detrás de 
alguns sacos de aveia, longe da vista dos demais prisioneiros, e ali o espancaram. 
Depois o acorrentaram e o lançaram numa pequena cela. 

"Um oficial veio ter comigo", continua ele, "e disse-me num tom um tanto 
conciliatório: 



— Todos os seus companheiros recobraram o bom senso e estão neste momento 
trabalhando tranquilamente. Lamento que você esteja tão desorientado a ponto de 
trazer sobre si este castigo. Por que não muda de parecer, e desiste dessa ideia 
impraticável de Sábado, como seus amigos o fizeram? 

— Não posso ser infiel às minhas crenças, mesmo que os outros o sejam — 
repliquei. 

"À medida que os passos do guarda se distanciavam, comecei a pensar no silêncio 
da solidão: Certamente todos os meus companheiros não poderiam ter falhado. 
Contudo, eu devia escutá-los se eles estivessem nas celas adjacentes. Depois de 
alguns minutos, assobiei suavemente dois compassos do hino 'O Senhor é minha 
luz, meu gozo, minha canção'. Nenhuma resposta. O desânimo começou a 
apoderar-se de mim. Assobiei o primeiro compasso do hino novamente, e um pouco 
mais alto. Subitamente o segundo compasso veio da cela adjacente. O cântico dos 
anjos não podia ter sido mais doce aos pastores do que foi para mim aquele hino 
assobiado a dizer-me que meus companheiros tinham pela graça de Deus 
suportado outra prova do Sábado e que estavam regozijando-se em Jesus." — 
Condensado do livro Seventh-day Adventists in Time of War (Os Adventistas do 
Sétimo Dia em Tempo de Guerra), de F. M. Wilcox. 

Outros irmãos que também sofreram tratamento cruel em prisões contaram-nos 
suas experiências. 

Visto haverem-se recusado a trabalhar no Sábado, foram impelidos como animais 
selvagens para as celas em meio a imprecações e estalar de chicotes. Ali foram 
imediatamente algemados. As algemas eram tão pequenas que lhes cortaram as 
carnes da parte superior das mãos. Depois o sargento debochou deles e esmurrou- 
Ihes os corpos. 

Esses jovens foram também submetidos ao que se chamava de "castigo de campo 
número um" ou "treinamento com pesos". Esse suplício consistia em ter dois pesos 
enormes sobre as costas e o tórax, com os quais se devia correr de um lugar para 
outro durante uma hora. 

Um desses soldados, taxado como chefe do motim, foi tratado com tanta crueldade 
e violência que acabou desmaiando e espumando pela boca. Ele não morreu, como 
temiam que acontecesse, mas ficou em estado grave durante algum tempo. 

Sexta-feira de manhã, alinharam-se todos perante o sargento principal, que lhes 
perguntou o que haviam decidido com relação ao Sábado que se aproximava. 
Quando disseram que era seu dever antes obedecer a Deus que a homens, 
guardando o dia santo do Senhor, foram mandados calmamente de volta para as 
celas. O castigo que receberam foi o isolamento solitário a pão e água, junto com 
um treinamento diário com peso durante sete dias. 

No Sábado seguinte, visto se haverem esses soldados adventistas recusado a 
quebrar a Lei de Deus, receberam o mesmo tipo de castigo, o que se estendeu por 
duas semanas. Parecia-lhes que morrer na prisão era somente uma questão de 
tempo. Oravam ao Senhor continuamente a fim de que Ele lhes concedesse força 
para suportarem a prova. 

Numa sexta-feira, no fim de um período de quatorze dias, um oficial da prisão foi 
comissionado a falar-lhes em separado. Ele disse a cada um que todos os outros 
haviam desistido, e sugeriu que cada um fizesse o mesmo. Essa foi a mais severa 
prova que lhes sobreveio numa ocasião em que se achavam fisicamente fracos pela 



fome e pela exaustão. Mas Deus inspirou cada um deles com suficiente valor para 
replicar: 

—Ainda que fique só eu, continuarei a obedecer a Deus em vez de ao homem. 
Também guardarei Seu santo Sábado. 

Então um ou dois do grupo começou a assobiar um hino, e logo estavam todos 
assobiando, transmitindo entre si a certeza de que todos eram leais a Deus. Em 
resposta à oração, sua força era renovada dia a dia. —Condensado e adaptado do 
livro Seventh-day Adventists in Times of War. 

Nesse país, os não-combatentes objetores de consciência receberam em geral, mas 
nem sempre, direitos de isenção por parte das autoridades militares. Quando os 
Estados Unidos entraram na Primeira Guerra Mundial, vários soldados adventistas 
foram submetidos a severas provas por causa de sua atitude como não- 
combatentes e observadores do sábado. Citamos: 

"Houve várias ocasiões em que a própria existência de nossa obra foi ameaçada por 
aqueles que tinham autoridade militar, devido a interpretações erróneas e falsos 
rumores enviados à sede do governo. O departamento federal da justiça recebeu, 
nos seis primeiros meses da guerra, mais de dez mil queixas contra nós, contra 
nossa literatura e contra nossa obra. 

"Muitos de nossos rapazes tiveram que sofrer terríveis maus tratos nas mãos de 
oficiais militares e soldados rasos por sua lealdade aos princípios religiosos. ... O 
Sábado foi a maior prova de todos os nossos jovens no exército. Mais de uma 
centena deles foram levados perante cortes marciais por recusar-se a prestar 
serviço militar no dia de Sábado. Mais de trinta foram condenados a cumprir pena 
de dez a quinze anos como prisioneiros militares em regime de trabalho forçado no 
Forte Leavenworth. 

"Quando chegaram à Leavenworth, suas dificuldades tinham apenas começado. Os 
carcereiros se empenharam em obrigar nossos jovens a trabalhar no Sábado na 
tarefa ordinária de quebrar pedras. Naturalmente, eles não podiam fazer essa 
espécie de trabalho na prisão mais do que fora dela nos campos militares. 

"Os carcereiros tentaram coagi-los pela imposição de terríveis castigos. Por 
recusarem-se a trabalhar no Sábado, esses jovens foram privados de sua ração 
diária, que foi substituída por água e algumas magras fatias de pão; aumentou-se a 
quantidade de pedra que deviam quebrar durante o dia, e à noite eram confinados 
em prisões subterrâneas, onde dormiam em camas que não passavam de tábuas de 
madeira rústica e grosseira, expostos à umidade e ao frio. Receberam esse castigo 
por duas semanas. Caso se recusassem segunda vez a trabalhar no Sábado, 
receberiam rações ainda menores e teriam as mãos algemadas pelas costas nas 
grades de sua cela num nível quase à altura dos ombros, sendo obrigados a 
permanecer nessa posição desconfortável nove horas por dia. Outros foram 
confinados durante meses em celas escuras e imundas, onde não podiam ficar de 
pé ou se deitar sem ser comprimidos pelo espaço exíguo do cubículo." — F. C. 
Gilbert, Divine Predictions (Predições Divinas), págs. 397-399. 

Fizeram-se apelos ao senador W. G. Harding, que, posteriormente, se tornou o 
vigésimo nono presidente dos Estados Unidos e, por seu intermédio, aqueles 
prisioneiros militares adventistas foram liberados daqueles suplícios desumanos e 
isentados do trabalho no Sábado enquanto na prisão. Finalmente foram postos em 
liberdade condicional. 



É gratificante saber que alguns fiéis cristãos, seguindo suas convicções pessoais, 
resolveram antes obedecer a Deus que a homens, e que estavam preparados para 
sofrer mesmo o martírio por amor a Cristo, se necessário. Não pomos objeção a 
esses crentes conscienciosos, embora não possamos concordar com eles em todos 
os pontos. Por outro lado, de acordo com as evidências inclusas neste texto, o leitor 
perceberá que a posição oficial adotada pela Igreja Adventista como coletividade 
difere completamente da posição independente adotada por aqueles adventistas 
sinceros como indivíduos. "1914-1918, A Grande Crise", capítulo 5 do livro O 
Adventismo e a Reforma Profetizada , de Alfons Balbach. 



FINALMENTE! 



Igreja Adventista Pede Perdão Por Apoiar 

o Nazismo 



25 de agosto de 2005. 



Igrejas Adventistas da 

Alemanha e Áustria Pedem 

Desculpas às Vítimas do 

Nazismo 



Frauke Brauns 

Bielefeld, Alemanha (ENI). Líderes de Igrejas Adventistas do Sétimo dia na 
Alemanha e Áustria, 60 anos depois do final da Segunda Guerra Mundial declararam 
que eles "lamentam" em profundo pesar pela participação ou apoio a atividades 
Nazistas. 

"A declaração originalmente publicada antes de 8 de maio foi traduzida agora para 
o inglês e foi enviada às igrejas adventistas nos Estados Unidos", segundo Holger 
Teubert, porta-voz da igreja no sul da Alemanha, através de Notícias Ecuménicas 
Internacionais. 

As igrejas adventistas no EUA enviaram cópias da declaração a Yad Vashem, a 
Autoridade de Recordação dos Heróis e Mártires do Holocausto em Israel. 

Teubert afirmou que a declaração se desculpa a judeus alemães e a membros das 
igrejas adventistas de origem judaica que foram excluídos das congregações 
durante os 12 anos do regime Nazista, de 1933 a 1945. Comenta que seis milhões 
de judeus foram exterminados durante aquele período e milhões de outros também 
foram perseguidos. 

A declaração indica que a igreja adventista de hoje "confessa isso honestamente 
que, por nossa falha, ficamos culpados perante o povo judeu, para com todas as 
pessoas perseguidas e todos que sofreram durante a guerra e também perante os 
Adventistas em outros países. Para isto nós humildemente perguntamos a Deus e 
aos sobreviventes se podem nos perdoar." 

Teubert afirmou: "Nós compreendemos não ter nenhum direito de condenar nossos 
antepassados". Mas a declaração marca o fim de um processo longo dos 
Adventistas alemães que examina o que aconteceu durante a era do regime 
Nazista. 

"Nós não seguimos suficientemente nossas fileiras que corajosamente ofereceram 
resistência e não se curvaram ao ditatorialismo Nazista, nem cooperaram com ele", 



afirma a declaração. Tinha havido umas tentativas anteriores em fazer tais 
afirmações, principalmente por membros individuais da igreja e confissões 
anteriores feitas em 1988 no 50° aniversário de 9 novembro, "Kristallnacht" ou a 
"noite de vidro quebrado", de um massacre imoral organizado contra os judeus 
naquela noite em 1938 por toda a Alemanha e Áustria. 

http://www.eni.ch/articles/display.shtml705-0645 



Europa: Igrejas da Alemanha e 
Áustria Pedem 
Desculpas Por 
Ações Durante 
Holocausto 



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August 16, 2005 Hannover, Germany 
[Mark A. Kellner/ANN Staff] 



Os adventistas do sétimo dia na 
Alemanha e Áustria 

recentemente pediram desculpas 
por qualquer participação nas 
atividades nazistas, ou em apoio 
a elas, durante a guerra. A foto é 
de um cartão de identidade de 



Em função do 60o. aniversário do fim da II | 

Guerra Mundial, os líderes da Igrejí 

Adventista do Sétimo Dia na Alemanha 

Áustria emitiram uma declaração I 

expressando que "lamentam 

profundamente" qualquer participação em 

atividades nazistas, ou em seu apoio, 

durante a guerra. As entidades da Igreja 

"honestamente confessam" a falha "em 

seguir a Nosso Senhor" por não protegerem) 

os judeus, e outros, do genocídio daquele 

época, amplamente conhecida como 

Holocausto. Milhões de pessoas perecerar 

de atrocidades da guerra, inclusive mais de | 

seis milhões de judeus que foram 

exterminados em perseguições nazistas durante o período de 12 anos, entre 1933 e 

1945. 



I que foi eliminado do rol de 



Max-Israel Munk, quando os 
nazistas deram ordem para se 
fazer tais exclusões. Após 
sobreviver a prisão em dois 
campos de concentração, Munk 
retornou para casa após a guerra 



1 membro, o que lhe foi concedido. 
I [Foto: AdventEcho magazine, 



A declaração foi inicialmente publicada na edição de maio de 2005 de 
"AdventEcho", uma revista denominacional em língua alemã, e também aparecerá 
em outras publicações alemãs, declarou o Pastor Giinther Machel, presidente da 
Igreja Adventista alemã e um dos três signatários da declaração. 

Uma cópia da declaração foi fornecida a Yad Vashem, autoridade do Memorial de 
Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto em Israel, acrescentou o Dr. Rolf 
Póhler, ex-presidente da área eclesiástica do Norte Alemã, que atua presentemente 
como consultor teológico, e estava envolvido com a redação da declaração. 



"Profundamente lamentamos que o caráter da ditadura Nacional Socialista não 
havia sido percebida em tempo e de modo suficientemente claro, e a natureza 
contrária a Deus da ideologia [nazista] não havia sido devidamente identificada", 
afirma a declaração. A Igreja declara que também lamenta "que em algumas de 
nossas publicações ... se encontraram artigos glorificando Adolf Hitler e 
concordando com a ideologia do anti-semitismo numa forma que é incrível para a 
perspectiva atual". 



Os dirigentes da Igreja também expressaram pesar de que "nossos povos se 
tornaram associados com o fanatismo racial destruidor de vidas e liberdade de 6 
milhões de judeus e representantes de minorias por toda a Europa", e que "muitos 
adventistas do sétimo dia não compartilharam das necessidades e sofrimentos de 
seus concidadãos judaicos". 

Motivo de extremo pesar, indica a declaração, foi que as congregações alemãs e 
austríacas adventistas "excluíram, alienaram e deixaram [membros da Igreja que 
eram] ... de origem judaica entregues a sua própria sorte de modo que 
terminaram enfrentando prisão, exílio ou morte". 

Sob vários decretos raciais, algumas congregações adventistas expulsaram 
membros de origem judaica. Um deles, Max-Israel Munk, foi colocado em dois 
campos de concentração pelos nazistas mas sobreviveu e retornou a sua igreja 
após a guerra. Ele disse que não desejava tratar a sua congregação do modo em 
que foi tratado, segundo o Dr. Daniel Heinz, um arquivista da Igreja da 
Universidade Friedensau que estudou as atividades adventistas durante a era do 
Nacional Socialismo. 

Juntamente com o Pastor Machel, os outros líderes que assinaram a declaração 
foram os pastores Klaus-Jurgen van Treeck, presidente da Igreja para o Norte da 
Alemanha, e Herbert Brugger, presidente da Igreja Adventista na Áustria. Póhler e 
Johannes Hartlapp, historiador da Igreja em Friedensau, redigiu o rascunho em que 
se baseou a declaração. Todas as três áreas geográficas denominacionais votaram 
aprovar o texto, esclareceu Póhler. 

Na declaração, os três asseguram que "a obediência que devemos às autoridades 
estatais não conduzem a renegar convicções e valores bíblicos". Eles disseram que 
embora somente Deus possa julgar as ações de gerações anteriores, "em nosso 
tempo, contudo, desejamos assumir uma decidida posição pelo direito e justiça-- 
para com todas as pessoas". 

Brugger, numa entrevista telefónica, disse que "os membros de nossa Igreja 
realmente apreciaram a publicação desse documento". 

Ele indicou que foi algo que os membros mais jovens da Igreja "apreciaram muito". 
Nenhuma indicação de reação da comunidade judaica da Áustria havido sido 
recebida, mas Brugger disse que a Igreja Adventista não é tão bem conhecida na 
Áustria como o são outros movimentos. 

Indagado como uma Igreja que considera a observância do sábado como uma de 
suas crenças centrais poderia se esquecer dos judeus observadores do sábado 
durante um tempo de perseguição, Brugger sugeriu que aquela era uma questão 
política, não teológica, considerações que podem ter levado à estratégia. 

Durante a I Guerra Mundial, uma porção de adventistas alemães afastaram-se da 
denominação, opondo-se a qualquer serviço militar. Isso levou os nacionais 
socialistas em 1936 a proibir o chamado "Movimento da Reforma" durante o tempo 
em que estiveram no poder. Brugger declarou que a preocupação com o 
fechamento das igrejas adventistas oficiais todas pelos nazistas pode ter pesado 
sobre os líderes daquela era. 



"Creio que durantes aqueles tempos a liderança oficial de nossa Igreja teve medo 
de perder o controle sobre a Igreja e perder a Igreja porque as autoridades 
políticas já haviam . . . 

[confundido] nossa Igreja com o movimento de Reforma", ele explicou. "Creio que 
nossos líderes tiveram medo de perder o reconhecimento oficial de nossa Igreja, 
assim pode ser que não foram tão fiéis a nossas crenças como teria sido 
necessário". 

E acrescentou: "Foi algo mais político do que teológico, tenho certeza". 

A principal Igreja Adventista do Sétimo Dia na Alemanha foi também brevemente 
proibida sob o nazismo, observa Póhler. Uma rápida reviravolta pelo regime levou a 
um alívio entre os adventistas, mas também a um nível de cooperação com o 
governo que não foi salutar. 

"Não só mantivemos o silêncio, mas também publicamos coisas que nunca 
deveríamos ter publicado. Publicamos ideias anti-semíticas que, de nossa própria 
perspectiva, não eram realmente necessárias", declarou Póhler numa entrevista 
telefónica. "Avançamos muitos passos a mais e publicamos coisas que realmente 
eram anti-semíticas. . . . Desviamo-nos de nosso caminho para mostrar lealdade ao 
governo [nacional socialista] da Alemanha. 

"Tivemos que reconhecer que uma declaração errada, uma ação por uma pessoa 
poderia significar que findaria num campo de concentração" comentou Póhler a 
respeito daquela era. Essa teria sido "a razão por que excluímos adventistas de 
origem judaica dentre nossos membros: se uma igreja local não tivesse feito isso, 
[os nazistas] teriam fechado a igreja, levado o ancião para a prisão e teria 
significado que a Igreja inteira seria proibida. 

Embora alguns adventistas europeus hajam tomado medidas corajosas para 
proteger judeus, outros agiram desse modo por preocupação com suas famílias e 
congregações. Seria muito difícil alcançar uma pessoa de origem judaica, explicou 
Póhler, mas arriscar as vidas dos membros de uma congregação era uma carga 
adicional. Tal precaução até se refletiu na nomenclatura usada pelos alemães 
adventistas", ele disse. 

"Mudamos o nome de Escola Sabatina para 'Escola Bíblica'-- evitando o nome 
original "por causa de representar um risco", prosseguiu Póhler. "Estávamos no 
perigo de sermos confundidos com os judeus. Ao recusarmos chamá-la de escola 
sabatina, estabelece-se uma pequena distância entre você e os judeus", aduziu. 

O Dr. Daniel Heinz, diretor dos arquivos da denominação na Universidade 
Adventista de Friedensau, Alemanha, disse que sua pesquisa revelou casos de 
adventistas que ajudaram judeus durante a guerra, mas também conduziu à 
descoberta daqueles que agiram de forma menos honrável. 

"Os líderes denominacionais se adaptaram e até adotaram algo da ideologia anti- 
semítica dos nazistas; em alguns casos, fizeram mais do que o necessário para 
agradar as autoridades [nazistas]. Isto é algo que realmente nos parece estranho", 
declarou Heinz. 

Ao mesmo tempo, ele disse, "sei que muitos membros adventistas, pessoas 
comuns, ajudaram os judeus, mas nunca falaram a respeito". 



Resistência às políticas nazistas, bem como a compassiva e brava resposta de 
muitos cristãos, entre eles adventistas do sétimo dia, para proteger vidas daqueles 
que estavam sob perseguição dos nazistas, têm sido documentada por toda a 
Europa, inclusive Polónia, Hungria, Holanda e Dinamarca, entre outros países. 

"Encontro alguns relatos muito impressionantes de adventistas que ajudaram 
judeus no Terceiro Reich, arriscando suas vidas, e também encontro o oposto", 
declarou Heinz. Entre outros membros da Igreja, uma família adventista da Letónia 
acolheu um homem judeu, escondeu-o durante a guerra, e este sobreviveu. O 
refugiado tornou-se um crente adventista e um pastor da Igreja após o fim da 
guerra. 

Segundo o Pastor Machel, "sessenta anos após a II Guerra Mundial é tarde--mas 
vemos isto como a última chance para uma declaração". 

Tinha havido tentativas anteriores de fazer tais declarações, conquanto isso fosse 
em grande medida ignorado ou abafado por líderes eclesiásticos que haviam vivido 
na era nazista e desejavam evitar que a Igreja agisse como "juiz" daqueles que 
viveram antes. Contudo, em 1988, no 50o. aniversário da "Kristallnacht", ou noite 
dos vidros quebrados, em 9 de novembro, quando gangues inspiradas pelos 
nazistas espatifaram as vitrines de comerciantes judeus e violaram sinagogas, a 
então Igreja Adventista da Alemanha Oriental emitiu uma declaração em sua 
pequena revista. Em 1989, durante as celebrações do centenário da Igreja 
Adventista em Hamburgo, o Pastor Erwin Kilian, presidente da Igreja Adventista do 
norte da Alemanha, referiu-se àquele "negro período" em seu discurso e ofereceu 
um pedido de perdão de sua iniciativa. Uma breve declaração adicional foi feita em 
1995, quando do 50o. aniversário do fim da guerra. 

Os jovens adventistas reagiram positivamente às expressões de preocupação e 
contrição da declaração. Dois adventistas berlinenses disseram terem apreciado a 
declaração. 

"Revelar humildemente nossos pecados e falhas é a coisa mais importante que 
Deus deseja que façamos", declarou Sara Gehler, de 25 anos. "E embora 60 anos 
se tenham passado, penso ter sido necessário que nós, adventistas do sétimo dia, 
tomemos uma posição quanto à Segunda Guerra Mundial", aduziu ela. "É nosso 
dever como cristãos proteger e ajudar aqueles que são fracos, desajudados e em 
necessidade". 

Julian Muller, de 26 anos, acrescentou: "Penso ser nossa responsabilidade como 
Igreja confessar nossos erros e não ocultá-los, especialmente quando vidas 
humanas estão em jogo. . . . Minha esperança é que pelos erros e falhas de nossa 
igreja, que se passaram desde então, não se esperemos outros 60 anos para 
adquirirmos coragem de pedir perdão". 

A reação de membros da Igreja na região sul da Alemanha, que inclui cidades como 
Munique e Nurembergue, onde os nacionais socialistas adquiriram grande força, foi 
"muito positiva", disse o Pastor Machel. "Alguns haviam realmente esperado por tal 
medida da parte da liderança denominacional". 

A declaração foi também muito bem acolhida em muitas igrejas adventistas 
internacionalmente. "Estava esperando por um texto como esse por muito tempo", 
declarou o Pastor Richard Elofer, que lidera a obra adventista em Israel. "Eu louvo 
ao Senhor por tocar os corações de nosso povo na Alemanha e Áustria para 
produzirem tal declaração". 



E o Dr. John Graz, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa para a sede 
mundial denominacional: "Para aqueles que crêem no amor de Deus para todo 
membro da família humana, contra qualquer tipo de discriminação tendo por base 
raça, religião ou género, essa declaração, escrita por uma geração que não teve 
qualquer responsabilidade no Holocausto e na guerra, mas endossa a 
responsabilidade de seus pais, permanecerá como um marco positivo e grande 
incentivo". 

Fontes: http://news.adventist.org/data/2005/07/1124218053/index.html.pt ou 
http://news.adventist.org/data/2005/07/1124218053/index.html.en